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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Despertar do Sertão

Despertar do Sertão (canção, 1955) - Elpídio dos Santos e Pádua Muniz

A barulheira incessante da cascata
Um sabiá cantando alegre lá na mata
O sol que nasce por de trás do verde monte
Unindo a terra com o céu, no horizonte
A natureza sempre alegre e tão festiva
Num prazer ruidoso, comunicativa
O arvoredo com a música dos ninhos
Forma um poema à beira dos caminhos.

Ai, ai, ai
Mas como é lindo o despertar do meu sertão
Ai, ai, ai,
Benção Nhá Mãe, Benção Nhô Pai,
Bom dia irmão!

Já é manhã, as aves enamoradas
Falam de amores no alto das ramadas
O caboclo, ligeiro deixa a palhoça
Pega na enxada e vai cuidar da sua roça
A caboclinha tão bonita, um coração
Corre toda aflita cuidar da criação
Tudo se agita em doce harmonia
Assim no meu sertão começa um novo dia.

Ai, ai, ai
Mas como é lindo o despertar do meu sertão
Ai, ai, ai
Benção Nhá Mãe, Benção Nhô Pai
Bom dia irmão!

Galanteios e milongagens

Galanteios e milongagens

1
Tua carinha mimosa,
Teu corpinho delicado
Os teus olhos feiticeiros
Me trazem abichornado.

2
Neste capão tem um bicho
Que se chama solidão
Junto dele mora um anjo
Que roubou meu coração.

3
Lá no arroio está chovendo,
No capão está trovejando
Por via daquela ingrata,
Meu coração está penando.

4
Toda volta dos arroios
Procura o seu natural;
Não sei que voltas darei
Que tu não leves a mal

5
Eu pedi a uma morena
Que me desse uma boquinha
A chinoca respondeu:
- Esta boca não é minha

6
Um beijo, quando é bem dado,
Daqueles que eu dava e dou,
Faz uma amante dizer:
— Mais outro, que esse mermou.

7
Touro xucro e cupinudo,
Sozinho tenho matado;
Só não pude inda vencer
Quem me traz todo enredado.

8
Quando estou longe de ti
E dói-me a separação,
Começo logo a berrar
Como um terneiro mamão.

9
Quando passas nas coxilhas,
As ancas se boleando,
Até as folhas ,e flores
Vão todas se requebrando.

10
O veado quando corre
Deita a orelha e vai pulando;
Meu amor, quando me enxerga,
Vem toda se requebrando

11
Assim que te vi, chinoca,
Fiquei te querendo bem,
E ando de boca fechada,
Sem dizer nada a ninguém.

12
A açucena quando nasce
Toma conta do jardim;
Também eu ando campeando
Quem tome conta de mim.

13
Adeus, meus amados pagos
Lugar onde eu passeava,
Vivia alegre e contente
Quando com meu bem estava.

14
Estou me lembrando agora
Dos pagos do meu rincão;
Amores que foram meus,
Agora de quem serão?

15
As correntezas do rio
Torcem os paus da balsa;
Tu também és inconstante
E, como as águas, és falsa.

16
Papagaio, pena verde,
Dos encontros cobrados;
Meu amor, diz se me queres,
Não me tragas enganado.

17
Andorinha do coqueiro,
Dá-me novas do meu bem,
Diz-me se é vivo ou morto,
Se está nos braços de alguém.

18
Em cima daquele cerro
Tem uma sela dourada
Para assentar meu amor
Com divisa cobrada.

19
Eu vivo tão preso ao laço
Do amor, que tu me atiras,
Que me parecem teus braços
Palanques de guajuvira!

20
Quando eu vim de lá de fora,
Oito dias de viagem;
Trocar um amor por outro?
Eu não tenho essa coragem.

21
És branca como jasmim,
Cobrada como a rosa;
Por teu amor eu daria
Minha terneira barrosa.

22
No oco de uma figueira
Achei um ninho de anu;
Para negar o que fazes,
Ninguém melhor do que tu.

23
O aguapé da Lagoa
Floresce da cor do luto;
Se é por ti que ando chorando,
Como tens o rosto enxuto?

24
Tenho o meu laço de fita
E as minhas bolas de prata;
Pois nem assim eu pealo
O coração desta ingrata.

25
Já não ando enrabichado,
Não arrasto o meu cambão;
Aos bamburrais da tristeza
Foi-se o pobre coração.

Fontes: Jangada Brasil / (Lopes Neto, João Simões. Cancioneiro gaúcho, p.111-115).

domingo, 26 de setembro de 2010

Xote laranjeira

Os Monarcas

C G7 F G F C G7 C

             C
Mas deixa estar que eu vou-me embora
                          G7
Eu vou voltar pro meu rincão
                F       G7
Pra beber água dos teus olhos
 F      C      G7  C
Sangue do teu coração


Mas deixa estar que eu vou-me embora
                          G7
Eu vou voltar pro meu rincão
                     F     G7
Que é pra comer churrasco gordo
   F     C     G7   C
E tomar mate chimarrão
Int.

Mas deixa estar que eu vou-me embora
                          G7
Eu vou-me embora pra fronteira
                     F     G7
Que é pra comer churrasco gordo
   F     C    G7    C
E tomar café de chaleira


Mas deixa estar que eu vou-me embora
                          G7
Eu vou-me embora pra fronteira
                 F     G7
Mas eu hei de levar comigo
F      C    G7   C
Este xote laranjeira
Int.

Pula daqui pula de lá
         G7
Pula do canto

Que eu daqui não me levanto
                  C
Tô danado pra brigar
Int.

Vai que vai

Os Monarcas

G D7 C G D7 G


                            D7
(Vaneira que me larga pela sala
                    C
E essa gaita quase fala
                   G           Bis
Nesse fole que se vai e vem
             D7                           G
Vai que vai vem que vem dançando com meu bem)
Int.
                                 D7
Olha o tipo do gaiteiro a corcovear
                                G
Animando esse entreveiro sem parar
                                D7     Bis
Nesse toque madrugueiro vou dançar
                              G
Com a china mais bonita do lugar

                  C                       G7
Eu te pego eu te largo eu te largo eu te pego
                                             C
A noite inteira não sossego quero só saracotear
                                          G7     Bis
Agarrado na cintura dessa china que me agrada
                                     C
Atravesso a madrugada até o dia clarear
Int. ( )

Rancheira puladinha

Os Monarcas

Bb F7 Eb Bb Eb Bb F7 Bb


                          F7
Vamos dançar esta rancheirinha
         Eb           Bb
Bem puladinha pelo salão
         Eb               Bb      Bis
Peão e prenda marcando o passo
           F7           Bb
Bem no compasso do coração

                   F7
Pula, pula, pula, pula chinoca
 Eb                Bb             Bis
Pula, pula, pula, pula peão
                    F7
Na sala faz um trenzinho
         Eb               Bb    Bis
Peão e prenda se dando a mão

    Bb7             Eb
Pra fechar a porteirinha
         F7                 Bb     Bis
Batendo forte com o pé no chão
Int.

Pago dileto

Os Monarcas

A E7 A A7 D A E7 A D A E7 A


                            
Eu parto por longos caminhos 
     D         A       E7
meu pai minha mãe atenção
                                            A
Entendam a este pedido do filho do teu coração
                                 A7              D
Não vendam os bois da carreta criados com estimação
    (D)                      A         E7                A
Não peguem as coisas que eu deixo guardadas no velho galpão     Bis
Int.
                                 D         A          E7
Não mexam na ponte da serra tem muitos bichinhos por lá
                                                    A
A toca do burro de pedra lembranças dos tempos de piá
                                  A7                  D
Não quebrem os pés de pinheiro moradas de muitos irapuás
    (D)                  A         E7             A
Não cortem as lindas palmeiras do gato cantor sabiá   Bis
Int.
                                D           A         E7
Não tirem o verde dos campos belezas que a muitos consola
                                                        A
Não colham as flores das matas as quais o perfume se enrola
                             A7                 D
Não deixem armar arapucas as aves não querem gaiolas
    (D)                 A        E7               A
Seu canto nos traz melodias que rimam ao som da viola  Bis
Int.
                                        D         A        E7
Daqui alguns tempos Deus queira que eu volte sem mágoas ilhais
                                                        A
Que eu possa abraçar novamente os velhos queridos meus pais
                                A7                D
Que eu sinta meu pago dileto feliz a cantar madrigais
       (D)                   A        E7                A
Que eu veja meu mundo de outrora com todas as coisas iguais   Bis
Int.

Olhos de Mel

Os Monarcas

(intro) Gm   D

                  D
Olhei pra duas estrelas
                     Gm
La por de traz do arvoredo
                      D
E vi dois olhos tão lindos
                     Gm
Querendo contar segredos
                        D
Fiquei contemplando a noite
                      Gm
Escutando a voz do vento
                     D
E num estante eu te vi
                      Gm
Chegando em meu pensamento
                     D
E num estante eu te vi
                      Gm
Chegando em meu pensamento

(refrão 2x)
                 D
Esta saudade menina
                         Gm
Vai doendo igual a um cinzel
                       D
Não sei viver sem o brilho
                      Gm
Destes seus olhos de mel

(intro) Gm  D 

                         D
Sempre que penso em teu nome
                        Gm
Meu coração grita em couro
                   D
E continuamos cativos
                     Gm
Do teu olhar verde ouro
                       D
Sobre um manto de silencio
                    Gm
Depositei meus desejos
                     D
De ver-te sempre comigo
                      Gm
Pra darte milhões de beijos
                    D
De verte sempre comigo
                        Gm
Pra dar-te milhoes de beijos

(refrão)

(intro) Gm  D

                       D
Pensando viajei distancias
                    Gm
Com azas de beija flor
                       D
E nem se quer me dei conta
                      Gm
Que o tempo mudou de cor
                  D
A noite se foi embora
                   Gm
E o dia chegou radiante
                       D
Trazendo restias de aurora
                      Gm
Dos teus olhos sintilantes
                        D
Trazendo restias de aurora
                       Gm
Dos teus olhos sintilantes

(refrão)

(intro) Gm  D

O vento

Os Monarcas

Num mundo com tantas doenças. 
O povo com pouca crença.
Eu venho pedir cantando 
em sentimentos e versos. 
Eu venho pedir ao vento, 
dar uma volta no universo.

( E  B7  E   B7   E ) 
Pedi ao vento que leve fartura aonde tem miséria.
Pedi ao vento que leve um beijo nos lábios dela.

O vento foi, o vento vem, será que o vento já me atendeu,
só resta agora você me entender que este vento e o nosso Deus. 

Pedi ao vento que salve os jovens perdidos nas drogas. 
Pedi ao vento que espalhe nos céus o perfume da rosa.    
Pedi ao vento que toda nação seja gloriosa. 
Pedi ao vento proteção ao filho da mãe amorosa.

O vento foi, o vento vem, será que o vento 
já me atendeu, só resta agora você
me entender que este vento e o nosso Deus.
                         
Pedi ao vento para acalmar as ondas dos sete mares. 
Pedi ao vento que leve harmonia a todos os lares.
Pedi ao vento que leve embora a impureza dos ares. 
Pedi ao vento em, orações que fiz nos altares.

O vento foi, o vento vem, será que o vento já me atendeu, 
só resta agora você me entender que este 
vento e o nosso Deus. 

Pedi ao vento para nos conduzir nas estradas da vida. 
Pedi ao vento que encontre a criança desaparecida. 
Pedi ao vento que de ao doente, conforto e guarida. 
Pedi ao vento que a minha prece seja ouvida.   
             
O vento foi, o vento vem, será que o vento já me atendeu, 
só resta agora você me entender que este 
vento e o nosso Deus.

Não encosta a barriguinha

Os Monarcas

C G7 C


                                           G7
Antigamente era assim numa bailanta de galpão
                                       C
A xiruzada entreverada entortava no salão
                                       G7
A xiruzada entreverada entortava no salão
                                           C  C7
Antigamente era assim numa bailanta de galpão

        F                          Bb   B    C7
(E a comadre lá num canto diz pra moça no salão
                                         F  (F# G)   Bis
Não encoste a barriguinha na fivela do peão)
Int.
                                             G7
No repicar de uma vaneira dança prenda e o peão
                                                     C
E tem quem dance a noite inteira até descascar o garrão
                                                     G7
E tem quem dance a noite inteira até descascar o garrão
                                             C   C7
No repicar de uma vaneira dança prenda e o peão
( )Int.
                                           G7
Redemoinhando pela sala Tia Marica bate o pé
                                        C
Dança a comadre Maria com o compadre José
                                        G7
Dança a comadre Maria com o compadre José
                                           C  C7
Redemoinhando pela sala Tia Marica bate o pé
( )Int.

Gauchesca

Os Monarcas

(intro) C G7 C

                      
Antigamente era assim 
                   G7
numa bailanta de galpão
                                       C
A xiruzada entreverada entortava no salão
                                       G7
A xiruzada entreverada entortava no salão
                                           C  C7
Antigamente era assim numa bailanta de galpão

        F                          Bb   B    C7
(E a comadre lá num canto diz pra moça no salão
                                         F  (F# G)   (bis)
Não encoste a barriguinha na fivela do peão)

(intro)
                                             G7
No repicar de uma vaneira dança prenda e o peão
                                                     C
E tem quem dance a noite inteira até descascar o garrão
                                                     G7
E tem quem dance a noite inteira até descascar o garrão
                                             C   C7
No repicar de uma vaneira dança prenda e o peão

(intro)
                                           G7
Redemoinhando pela sala Tia Marica bate o pé
                                        C
Dança a comadre Maria com o compadre José
                                        G7
Dança a comadre Maria com o compadre José
                                           C  C7
Redemoinhando pela sala Tia Marica bate o pé

Fandangueando

Os Monarcas

A7 G F#m Em D A7 D A7 D

                                    G
Pela estrada do pampa se vamo faceirote 
batendo na marca
       A7               D               A7                 D
Emponchado de bailes e festas essa é a vida que leva Os Monarcas
                                       G
Não há chuva, frio ou mormaço que atrapalhe um só compromisso
        A7              D          A7               D
O Rio Grande está satisfeito orgulhoso do nosso serviço

        E7                 A7         E7                  A7
(No fechar da porteira do baile rebanhamos saudade e lembrança
         G                D             A7               D
Vem a aurora vestida de prenda nasce o dia pra outras andanças)

(intro)
                                       G
Nos lugares que toca Os Monarcas a peonada se alegra dançando
         A7                 D          A7               D
Chora a gaita ponteia o violão vibra a alma do pago cantando
                                G
A união do grupo Os Monarcas espelha essa terra sem luxo
         A7                D         A7             D
Surge o canto altivo e de marca exaltando o pampa gaúcho

(intro)
                                 G
Na garupa do tempo levamos o sorriso que brota amizade
           A7                   D        A7                 D
Sempre em busca de um novo horizonte deixando e levando saudade
                                    G
Que seria de nós Os Monarcas sem o povo que faz a festança
         A7                  D            A7                D
Fandangueando nos bailes costeiros no bailado da nossa esperança

Doce amargo do amor

Os Monarcas

A                       E
(Me dê um chimarrão de erva boa
                                A
Que o doce desse amargo me faz bem
               A7           D
O amargo representa uma saudade
     A          E               A    E A
E o doce o coração que ela não tem)

                               E
Cevei meu mate no romper da aurora
                             A
Chamei a china prá matear comigo
                         A7     D
Nem desconfiava que ela fora embora
           A           E      A
E esta saudade hoje é meu castigo

( )

                            E
No fim da tarde nada me consola
                              A
Tomo um amargo disfarçando a dor
                        A7  D
Largo o porongo e pego na viola
          A             E      A
Canto saudade pro meu grande amor

Desencontro

Os Monarcas


Intro: 1º verso

  Em         C         B7                       Em
Quem traz a noite nos olhos, não percebe os pirilampos
                  B7                         Em
Eu não preciso de rumos pra cavalgar pelos campos
      C       B7                    Em
Ágil como um pensamento, no meu pico ventania
               B7                       Em
Eu quero passear nos campos desses teus olhos guria

    E7           Am       D              G
A água adquire forças em cada queda que leva
     Em            Am         B7              Em
Meu olhar também vagueia toda vez que não te enxerga
    E7              Am        D                  G
Os raios do sol são forte mas branda é a luz da lua
      Em           Am        B7           E
Meu coração se incendeia de tanta saudade tua

         B7                         E
Guria ouve meu canto, parceiro das noites longas
          B7                      E
Escuta meu pensamento nas notas dessa milonga (2x)   -   intro

       Em      C   B7                        Em
As distâncias dividimos, os sofrimentos são meus
                B7                       Em
Carrego tanto carinho para trocar pelos teus
        C        B7                      Em
O amor é complemento, o desencontro é tortura
              B7                     Em
Eu não me encontro comigo vivendo em tua procura

     E7                Am         D             G
Tem mais luzes que encaminha na estrada do sentimento
         Em             Am         B7            Em
Me transporta nos teus olhos, rumo dos meus pensamentos
  E7                 Am           D             G
Depois eu empreendo viagem pra alcançar teu coração
  Em               Am         B7         E
E vou ancorar meu barco nesta última estação

         B7                         E
Guria ouve meu canto, parceiro das noites longas
         B7                      E
Escuta meu pensamento nas notas dessa milonga 
(2x)   -  intro

Cheiro de galpão

Os Monarcas

Intro: G F Em Dm C (G7 C) 
 
 
                                  G7 
Esta vaneira tem um cheiro de galpão 
                               C 
Que reascende meu olfato de guri 
          Am                    G7 
É pau-de-fogo da memória dos fogões 
                                    C 
Essência bugra que me trouxe até aqui 
 
                                Dm 
Essa vaneira tem um cheiro chimarrão 
           G7                    C 
De seiva xucra derramada no braseiro 
            Am                   G7 
Quando a fumaça do angico se mistura 
                                  C      (Bis) 
Com um odor de figueirilha no palheiro 
 
(G7 C) 
                                  G7 
Esta vaneira tem um que de quero mais 
                                  C 
Que reativa o paladar que já foi meu 
            Am                   G7 
Relembra a rapa da panela que furou 
                                C 
E no cantinho da memória se perdeu 
 
                           Dm 
Esta vaneira tem sabor de araçá 
       G7                   C 
Jabuticaba, guabiroba, ariticum 
          Am                     G7 
Por isto lembro o tempo bueno de piá 
                             C        (Bis) 
Enlambuzado de pitanga e guabijú 
 
(G7 C) 
                               G7 
Esta vaneira tem um dom de reviver 
                                C 
Fazer as cores que o tempo desbotou 
           Am                    G7 
Sentir as formas que o tato esqueceu 
                                    C 
E ser de novo o que eu fui e já não sou 
 
                                 Dm 
Esta vaneira tem um que de nostalgia 
             G7                      C 
Que traz de volta o romantismo do cantor 
       Am                         G7 
Revigorando um coração que endureceu 
                                   C   (Bis) 
E não queria mais ouvir falar de amor 
 
(G7 C)

Campeiro do Rio Grande

Os Monarcas

Intro.: Em Bm F#7 B7 Em Bm F#7 Bm 
 
Noite fechada de estrelas, 
um manto azulado ao fundo 
                                    G       F#7 
Parece encilhos celestes, no manto santo do mundo 
 
Uma saracura grita, ali na costa do mato 
                                           Bm   B7 
Perto de uma cruz atada, com lenço de maragato 
 
                   Em              A7            D 
Na peiteira do tordilho, brilha a luz de um pirilampo 
   Bm             F#7                    Bm   B7 
Parecem flores de luz, desabrochando no campo 
                      Em          A7          D 
Os grilos vão milongueando, junto ao ipê veterano 
      Bm              F#7                       Bm 
Que guarda ninho e gorjeios, na memória dos minuanos 
 
                          Em 
(Sou um campeiro do Rio Grande 
A7            D             F#7 Bm 
Acordo ao cantar dos galos 
                      F#7         Bis 
E por onde quer que eu ande 
                    Bm 
Ando sempre de à cavalo) 
Int. 
 
Manoteando o céu da sanga, o pingo escarcelha e rincha 
                                   G         F#7 
E um luzeiro de cristais, escorre na água da cincha 
 
A Dalva acorda o tropeiro, um boi se baba mugindo 
                                              Bm   B7 
Saltando um fio luminoso, desfiando prateireirismo 
 
               Em         A7              D 
Uma cordeona gaúcha, num céu campeiro de luz 
      Bm              F#7                         Bm   B7 
E eu vejo Deus de a cavalo, nessas querências do sul 
                    Em      A7              D 
No fogo a cambona chia, mateando faço uma prece 
      Bm              F#7                        Bm 
Mil graças velho Rio Grande, por tudo quanto me destes 

Brasil de bombacha

Os Monarcas

(intro 2x) D G A G A D

  D                             G
Após muito tempo guardando os limites do sul do Brasil
    A                               G      A        D
O gaúcho migrou para o norte e do norte mudou o perfil
                          D7        G
Deixou para trás a campanha e a beleza dos campos dobrados
       A                           G       A       D
E se foi a buscar nova vida numa terra de mato fechado

      Bm               F#m           G               D
(Este é o Brasil de bombacha, é a saga da raça guerreira
       Em                     D        A                D
Nos fundões dessa pátria se acha um gaúcho abrindo fronteiras)2X

(solo)
Bm F#m G D Em D A D

 D                                    G
Só quem parte é que sabe da dor, de deixar o seu pago e sua gente
      A                                G       A            D
As lembranças rebrotan ao redor só o forte consegue ir em frente
                                      G
Nos persuelos vão laços de afeto e a honra de ser o que são
      A                                 G      A        D
Os centauros das bandas do sul, povo guapo criado em galpão

(intro)

D                                      G
Ao chegar no torrão do seu gosto vão semeando alegria e respeito
    A                                G           A          D
O trabalho em seguida da fruto e o fruto é um consolo pro peito
                                  G
Mate quente ou mate gelado, chimarrão ou tererê
     A                               G          A         D
Os costumes vão sendo mesclados num país com sotaque de tchê  (2X)

 D                                  G
Quando bate a saudade daninha nos gaudérios tão longe de casa
     A                                G          A          D
A cordeona resmunga num rancho e o churrasco respinga na brasa
                                 G
No alicerce de algum CTG o Rio Grande campeiro floresce
      A                          G         A        D
Aos gaúchos de alma pioneira comovido o Brasil agradece  (3X)

Batendo água

Os Monarcas

Base:G D7 Am D7 G Am D7 G


     G
Meu poncho emponcha lonjuras batendo água
    Am7                                D7
E as águas que eu trago nele eram pra mim

Asas de noite em meus ombros sobrando casa
 C                    D7               G
Longe "das casa" ombreada a barro e capim


Faz tempo que eu não emalo meu poncho inteiro
   Am7                                     D7
Nem abro as asas da noite pra um sol de abril

Faz muitos dias que eu venho bancando o tino
      C              D7                G
Das quatro patas do zaino pechando o frio


(Troca um compasso de orelhas a cada pisada
                                        D7
No mesmo tranco da várzea que se encharcou
Am7                C                    D7        Bis
Topa nas abas sombreras, que em outros ventos
                                           G
Guentaram as chuvas de agosto que Deus mandou)
Int.

Meu zaino garrou da noite o céu escuro
  Am7                                 D7
E tudo o que a noite escuta é seu clarim

De patas batendo n'água depois da várzea
  C                   D7              G
Freio e rosetas de esporas no mesmo trim


Falta distância de pago e sobra cavalo
   Am7                               D7
Na mesma ronda de campo que o céu deságua

Que tem um rumo de rancho pras quatro patas
 C                    D7          G
Bota seu mundo na estrada batendo água


(Porque se a estrada me cobra, pago seu preço
                                    D7
E desabrigo o caminho pra o meu sustento
Am7                  C              D7           Bis
Mesmo que o mundo desabe num tempo feio
                                        G
Sei o que as asas do poncho trazem por dentro)
Int.

Aquerenciado

Os Monarcas

Eb7 Ab Eb7 Ab Eb7 Ab Db Eb7 Ab

              Eb7         Ab
/Embarquei no sonho de mocito
Ab7                     Db
Sofrenei a ância de voltar
   Eb7                  Ab
Parti pela manhã a galopito
Eb7                             Ab
Não olhei pra trás, pra não chorar/

           Eb7            Ab
Cascos de poeira pela estrada
Ab7                      Db
Rumo indefinido onde chegar
Eb7                       Ab
Ficou para trás a minha amada
Eb7                        Ab
Com vertentes d'água no olhar

         Eb7                    Ab
(Aquerenciado não adianta ir embora
                  Eb7                         Ab
Pois o pensamento fica, no lugar que a gente mora
         Eb7                       Ab
Estou voltando porque já chegou a hora
     Ab7            Db      Eb7                Ab
Rever os olhos da china com jeito de quem me adora)
Int.
               Eb7         Ab
O tempo de aventura já se foi
Ab7                    Db
Ilusões se perdem pelo ar
Eb7                      Ab
Pela mesma estrada voltarei
Eb7                            Ab
Porque ali eu sei que é meu lugar

              Eb7        Ab
{Pé na estrada mala de garupa
Ab7                     Db
A saudade aperta o coração
Eb7                    Ab
Meu cavalo vai num upa-upa
 Eb7                      Ab
Trilhando caminhos de emoção}
( )Int./ /{ }( )Int.

Os Monarcas



Os Monarcas é um conjunto de música regionalista gaúcha, dono de uma das carreiras de maior longevidade da música regional do Estado do Rio Grande do Sul, localizado na Região Sul do Brasil.

A criação do grupo Os Monarcas se deu oficialmente em 1976, mas o grupo começou a ser esboçado em 1967, na cidade de Erechim, quando Nesio Alves Corrêa, mais conhecido como Gildinho, juntamente com seu irmão Chiquito, criaram a dupla Gildinho e Chiquito. Durante alguns anos Gildinho e Chiquito trabalharam animando pequenos bailes na região do Alto Uruguai, apresentando diariamente, na Rádio Erechim, o programa “Assim canta o Rio Grande”, e estudando acordeom na Escola de Belas Artes.

O nome da dupla foi mudado, em 1972, para Os Monarcas, e em 1974, gravaram o álbum Galpão em Festa, seu primeiro LP com doze canções. Ainda como dupla, em 1976, gravaram mais um álbum com doze canções, Gaúcho Divertido.

Em 1976, juntaram-se à dupla os músicos João Argenir dos Santos (guitarra), Luiz Carlos Lanfredi (contra-baixo) e Nelson Falkembach (bateria). Com esta formação de cinco músicos, o grupo gravou, em 1978, o primeiro LP, O Valentão Bombachudo, pela Gravadora Warner/Continental e iniciou uma trajetória de sucessos e reconhecimento ímpar no cenário da música regionalista do sul do Brasil, gravando 26 álbuns em 28 anos de trabalho.

A década de 80 rendeu ao conjunto a gravação de seis LPs, sendo gravados, além do pioneiro O Valentão Bombachudo (1978), os álbuns Isto é Rio Grande (1980), Grito de Bravos (1982), Rancho sem Tramela (1985), Chamamento (1986), Fandangueando (1988) e Do Sul para o Brasil (1989). E foi no ano de 1988, com a gravação do LP Fandangueando, o grupo recebeu mais um integrante, Ivan Vargas, que permanece no grupo até os dias de hoje como vocalista.

Ao final de pouco mais de uma década de trabalho, o grupo já tinha seu talento reconhecido mas, o sucesso maior, estava chegando juntamente com os anos 90. A década de 90, que trouxe o efetivo sucesso em termos de vendagem de álbuns, começou com uma mudança na estrutura do conjunto: já em 1990, um dos pioneiros, o acordeonista Chiquito, deixou o grupo para fundar o conjunto Chiquito & Bordoneio. Para o seu lugar, foi chamado o também acordeonista Leonir Vargas, catarinense, conhecido como Varguinhas.

Em 1991, foi gravado o primeiro grande sucesso de vendas do grupo, o CD Cheiro de Galpão, campeão de vendas no Brasil naquele ano, de todos os álbuns regionais lançados. A vendagem deste álbum rendeu ao grupo, em 1992, o primeiro Disco de Ouro. O conjunto cresceu no sucesso e no tamanho em 1992, com a chegada de Francisco de Assis Brasil, o Chico Brasil, premiado instrumentista de gaita-ponto.

A conquista do segundo Disco de Ouro veio com a gravação, no outono de 1994, do CD Eu Vim Aqui Para Dançar, um álbum com 14 faixas. Numa seqüência impressionante de sucessos, logo em 1995, foi gravado o CD Rodeio da Vida, que foi apontado pela crítica como melhor disco do ano.

O final da década de 90 trouxe para o grupo uma importante mudança: no ano de 1999 ocorreu a troca de gravadora, da Chantecler para a ACIT e, já neste ano, foi gravado o primeiro trabalho pela nova gravadora, o CD “Locomotiva Campeira”. E foi também no ano de 1999 que o conjunto recebe um novo integrante, o percussionista Vanclei da Rocha.

Algumas músicas cifradas

Aquerenciado
Batendo água
Brasil de bombacha
Campeiro do Rio Grande
Cheiro de galpão
Desencontro
Doce amargo do amor
Fandangueando
Gauchesca
Meu sistema
Não encosta a barriguinha
O vento
Olhos de mel
Pago dileto
Rancheira puladinha
Vai que vai
Xote laranjeira



Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Monarcas

Os Serranos



Os Serranos é um tradicional conjunto musical gauchesco, criado em 1968 em Bom Jesus, uma cidade localizada na serra do Rio Grande do Sul.

No início eram uma dupla de acordeonistas formada por Edson Dutra e Frutuoso Luís de Araújo, e gravaram o primeiro compacto duplo em 1969, pela Discos Copacabana. O segundo disco, um LP, foi lançado três anos depois, e chamou-se Nostalgia Gaúcha.

Os Serranos fazem espetáculos e tocam em bailes pelo Brasil e também se apresentaram em cidades de países do Mercosul. Em dezembro de 2003, o conjunto realizou a primeira turnê pelos Estados Unidos da América, se apresentando em Miami, Newark e Boston.

Têm três discos de ouro, por Isto é… Os Serranos, Bandeira dos Fortes e Os Serranos Interpretam Sucessos Gaúchos. Possuem dois DVDs, “Os Serranos ao vivo na Expointer" e o recém-lançado (2009) “Os Serranos - 40 anos de História, Música e Tradição”, verdadeiro sucesso de vendas.

Desde 2004, Os Serranos produzem e apresentam um programa semanal de rádio, chamado Encontro com os Serranos, veiculado por mais de 110 emissoras no sul do país, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e no Paraguai.

Os Serranos é um dos poucos conjuntos de música gaúcha que ainda preserva o tradicionalismo da cultura do Sul em suas canções. Seu principal compositor, Edson Dutra, um grande “tocador de bugios”, é um exímio instrumentista, com forte influência dos Irmãos Bertussi.

Integrantes

Edson Dutra, acordeon e voz, integra o conjunto desde o início. Everton Dutra (conhecido como Tôco), baixo e vocal, integra o conjunto desde 1970. Walter Jeger Júnior (conhecido como Kiko), voz solo e vocal, integrou o conjunto de 1987 a 1993, retornando em 1998. Daniel Hack, acordeon, integra o conjunto desde 1997. Anderson Ribeiro (conhecido como Tanaka), baixo e voz, integra o conjunto desde 2000. Cândido Mendes Júnior, bateria, integra o conjunto desde 2004. Alex Morais, guitarra, integra o conjunto desde 2001.

Discografia

Minha Querência (1969)
Nostalgia Gaúcha (1970)
Som Crioulo (1974)
Rio Grande Nativo (1975)
Baita Macho (1977)
Rio Grande Tchê (1980)
Capão de Mato (1982)
Ao estilo dos Serranos (1983)
Outras Mudanças (1985)
Isto é Os Serranos (1987)
Bandeira dos Fortes (1988)
20 Anos de Luta e Glória (1990)
Estampa (1990)
Marca do Talento (1993)
25 anos de Música para o Brasil (1994)
Tradicionalista (1995)
Mercosul de Canções (1996)
Criado em Galpão (1998)
Os Serranos Interpretam Sucessos Gaúchos (1999)
De Bem com a Vida (2000)
Vanera Vanera (2001)
Os Serranos Interpretam Sucessos Gaúchos 2 (2003)
Os Serranos, Sim Senhor (2004)
30 Anos: Os Serranos (2006)[3]
Os Serranos ao vivo na Expointer (2007)
Nação Serrana (2008)
Os Serranos - 40 anos de História, Música e Tradição (2009).

Algumas músicas cifradas




Fonte: http://www.lastfm.com.br/music/Os+Serranos/+wiki

sábado, 18 de setembro de 2010

Cifras de músicas gaúchas

A morte não marca hora, A partida, A vida que véio mandô, A volta do tordilho negro, A.M.M.M, Abraçada com a tristezaAbram cancha pro Rio Grande, Abre o fole tio Bilia, Amor de contrabando, Amor de infância, Amor de verão, Ao som de um gaitaço, Apenas uma flor, Baile da Mariquinha, Baile de candeeiro, Baile nas Cabritas, Baita macho, Barbaridade, Bate-coxa no Totonho, Bebum, Bem gauchão, Boi Barroso, Bombacha preta, Bugio da fronteira, Burro picaço, Canarinho cantador, Canção do Araguaia, Canta meu povo, Canto alegretense, Canto dos livres, Capão de mato, Céu, sol, sul, Céu, sol sul terra e cor,  Chacoaiando as mondonguêra, Chamamento, Churrasco lá em casa, Cinzeiro amigo, Cobra sucuri, Coração de luto, Desgarrados, Doce amargo do amor, Domingueiro, É disso que o velho gosta, É meu, é só meu, Engarupado, Estância do meu pai, Eu quisera, Eu só peço a Deus, Facão três listas, Falso amigo,  Fica comigo, Filha de gente valente, Fim do nosso amor, Gaita e violão, Gaita velha do seu Ary, Gauchinha Bem-Querer, Gaúcho amigo, Gaúcho da Passo Fundo, Grito dos livres, Infância frustrada, Já me cansei, Judiaria, Lendário avô, Limpa banco, Lindo rancho, Majestade no Pampa, Mala de garupa, Menino potro, Mercedita, Meu sistema, Mocinho aventureiro, Morena Rosa, Morocha nãoNa casa do Zé do Guincho, Não vá, Negrinho do pastoreio, O bugioO colono, Olhar feiticeiro, Passo Fundo do coração, Prenda minha, Que droga de vida, Que saudadeQuerência amada, Rastro de bugio, Recordações de Ypacaraí, Relho trançado, Retoço de gaita e pandeiro, Roda de chimarrão, Santa Catarina, Seguindo o vento, Sistema antigo, Só espero ser feliz, Só restou, Tempo de guri, Tertúlia, Tordilho negro, Trem da fronteira, Trem da saudade, Triste madrugada, Tropeiro velho, Última carta, Última ginetiada, Um mundo de amor, Vai, vai no balanço do Tchê, Vai cantador, Vai começar, Vamo rapaziada, Vaneirinha das prendasVanerão da noite inteira, Velho casarão, Veneno da terra, Verde e amarelo, Veterano, Vida de solteiro,Yahoo,

Vida de solteiro

Vida de solteiro - Teixeirinha

Tom: C7
Intro: F C7 F
                                   
Nascido e criado lá meu Rio Grande 
                                     C7
não tem quem me mande eu sou meu patrão
                                  
Encilho meu pingo quando amanhece 
                                   F
e quando anoitece estou noutro rincão
                                    
Chego numa festa de chapéu tapeado 
                                C7
não sou mal criado trato com respeito
                                  
Eu toco violão e sou bom cantador 
                             F
ser namorador é meu maior defeito
Int.
                                      
Gosto de carreira e de briga de galo 
                              C7
tenho um bom cavalo para condução
                                        
Por onde eu passo eu namoro um pouco
                                  F
mas eu não sou louco prender o coração
                                       
As moças perguntam porque não me caso 
                              C7
eu não me atraso pra dar a resposta
                                   
Eu sou muito novo e se eu me casar 
                              F
irei carregar uma mulher nas costas
Int.
                                        
As velhas implicam por que não me amarro 
                                C7
só ponho no barro algum namoradinho
                                          
Conheço as morenas, das loiras eu entendo
                                 F
 mas não me arrependo de viver sozinho
                                       
Em porta de baile eu arrasto as esporas 
                              C7
briga sem demora logo me aparece
                                 
Puxo meu facão e no meio da sala 
                                 F
eu encho de bala quem não me obedece
Int.
                                     
A vida é tão curta por isso aproveito 
                                  C7
vivo desse jeito até quando eu quiser
                                    
Quero aproveitar a vida de solteiro 
                                   F
gasto meu dinheiro e não quero mulher
                                    
Se eu me casar eu perco a liberdade 
                                  C7
vou sentir saudade das noites de farra
                                          
Mais quando eu cansar de viver na orgia aí, 
                             F
qualquer dia uma moça me agarra

Verde e amarelo

Verde e amarelo - Teixeirinha

Tom: F
Intro: F C7 F
Sou caboclo amante da minha terra de um ranchinho lá da serra
                    C7
Eu cheguei estou aqui
Sou tão simples como a flor da pitangueira 
mas eu conheço a bandeira
                  F             C7              F
Desta terra brasileira pátria amada onde eu nasci
Bb
Não desfaça da minha simplicidade da vergonha e da hombridade
                        C7
Que eu trouxe da verde mata
       Bb                       F
Sou caboclo, sou a água da cachoeira
                  C7                      F
Sou o sabiá laranjeira sou a lua cor de prata
Int.
Sou caboclo, da bandeira o amarelo 
sou os trigais dourado e belo
                    C7
Sou a soja e o arrozal
Sou o verde da bandeira, o campo, é céu o Brasil é meu troféu
                  F              C7        F
O caboclo sem chapéu cantando o hino nacional
Bb
Sou vinte e duas estrelinha cor da água 
sou um brasileiro sem mágoa
                  C7
A grandeza do universo
       Bb                      F
Sou a haste da bandeira, sou azul
                   C7                    F
Sou o cruzeiro do sul sou a ordem o progresso
Int.
Sou caboclo deste Brasil continente sou a bandeira imponente
                 C7
Amo ela e não é pouco
Se um irmão do meu verso desmerece menos do que eu conhece
                    F         C7           F
A bandeira que enaltece este meu Brasil caboclo
Bb
O bom Jesus nasceu de Maria santa e este caboclo que canta
                   C7
De outra Maria nasceu
         Bb                        F
Outra Maria eu casei e me beija a boca
                  C7                      F
É a mais linda cabocla brasileira que nem eu
Int.
 

Veneno na terra

Veneno na terra - Teixeirinha

Tom: Ab7
Intro: Db Ab7 Db
                               Ab7
Veio o progresso destruiu as matas 
                              Db
e os passarinhos já foram embora
                            Ab7 
Os que não foram o veneno matou 
                                    Db
ai que tristeza o Rio Grande de outrora
                                 Ab7  
Sei que o progresso é muito importante 
                                 Db
mais muita coisa ele também destrói
                          Ab7    
A natureza silvestre e saudável 
                           Db
não tem mais, o coração me dói
                             Ab7 
Não vejo as águas dos rios e riachos 
                              Db
tão cristalina como antigamente
                           Ab7  
Onde as espécies matavam a sede
                          Db
e a natureza sorria pra gente
                           Gb  
Veneno bravo do progresso louco 
        Ab7             Db
poluiu tudo desgraçadamente
Int.
                           Ab7   
É muito lindo verduras plantadas 
                                Db
ver os trigais, os arrozais também
                         Ab7    
Mais á na base do puro veneno 
                            Db
então me diga que graça isso tem
                               Ab7   
Ganância triste querem plantar tudo 
                           Db
por que não plantam só a metade
                             Ab7   
Preservem as matas e mãe natureza 
                        Db
que dá saúde para humanidade
                               Ab7 
Como é que antes plantavam a colhiam 
                           Db
sem o veneno não havia a fome
                            Ab7     
Por que um inseto combatia o outro 
                           Db
 e não morria envenenado o homem
                               Gb     
Mas gananciosos derrubaram as matas 
       Ab7                 Db
e é só veneno que o povo consome
Int.
                         Ab7   
Quero a volta das verdes matas 
                               Db
quero as espécies do animal nativo
                         Ab7   
Quero os peixes de águas puras 
                            Db
e também quero o progresso vivo
                       Ab7    
Quero retorno dos passarinhos 
                                Db
quero a pureza dos campos e da serras
                             Ab7
Pra não matar o homem do amanhã 
                           Db
não ponham mais veneno na terra
                            Ab7
Quero que morra o cientista burro 
                            Db
e no caixão leve todo o veneno
                               Ab7   
Quero que nasce um cientista humano 
                            Db
com outra química para o terreno
                                 Gb  
Vão se unir as matas e as plantações, 
         Ab7                Db
e amanhecer molhados de sereno
Int.
 

Velho casarão

Velho Casarão (xote) - Teixeirinha

LP 20 Anos de Glória - 1979

Tom: E
Intro: E A B7 E
B7   
Velho casarão já quase tapera 
                                   E
da grande figueira sombreando o telhado
                             B7   
Se ela falasse contava a história 
                                    E
de quem te plantou há um século passado
                                      B7 
Mas como eu sou neto de quem lhe plantou 
                              E
eu conto a história casarão amado
                              A   
Nas suas paredes tem furo de bala 
                               B7
das revoluções que a história fala
    A                               B7   
Serviu de trincheira a varanda e a sala 
                              E
pra seu construtor meu avô afamado
Int.
                              B7 
Ali meu avô os doze filhos criou 
                                E
sou filho que um empunhou a bandeira
                              B7 
Meu avô morreu e ficou o meu pai 
                                  E
mandando na estância pela vida inteira
                                     B7   
Meus tios foram embora pra outra querência 
                                      E
ficou o casarão que foi sempre trincheira
                                     A   
Na frente o meu pai seu chimarrão tomava 
                           B7
comigo no colo ele me embalava
    A                           B7   
Com a minha mãe os dois cantarolavam 
                                 E
para mim dormir na sombra da figueira
Int.
                                    B7   
Lá por trinta e dois houve outra revolta 
                                E
as forças chegaram e foram invadindo
                                   B7 
Meu pai minha mãe abraçados aos fuzis 
                              E
velho casarão outra vez resistindo
                               B7   
Lá do meu berço eu sai engatinhando 
                          E
pra ver e ouvir a bala zunindo
                                 A    
As forças recuaram acabou a desgraça 
                             B7
a figueira grande abafou a fumaça
     A                               B7   
Meu pai demonstrou ter ficado com a raça 
                                E
do meu velho avô que brigava sorrindo
Int.
                              B7   
Casarão querido da grande figueira 
                              E
ali fiquei moço faceiro e pachola
                                   B7  
Meu pai me ensinou a ser bom cantador 
                            E
e o primeiro acorde de uma viola
                                     B7  
Depois veio a morte e levou os meus pais 
                                 E
sai pelo mundo minha fama minha rola
                               A   
Quando ficar velho, velho casarão 
                             B7
volto pra contigo tombar no chão
     A                             B7 
Da grande figueira quero o meu caixão 
                              E
e pra minha alma o céu por esmola
Int.

Infância frustrada

Infância frustrada - Teixeirinha

Tom: E
Intro: D  A  E7  A
E7       A
O fim do ano está chegando novamente
                                      E7
Me faz lembrar da minha infância tão cruel!
          D                        A
Eu me frustrava, como eu me sentia mal
                               E7
Naquele dia: vinte e cinco do Natal
                                     A
Pobre de mim! Não tinha o bom Papai Noel.
REFRÃO
       E7                           A
Papai Noel, quanta tristeza você me dava
       E7                                 A
Papai Noel, no meu ranchinho você não chegava!
Int.
                           E7         A
Naquele tempo pensei que o bom Papai Noel
                                    E7
Ele viesse pra criançada toda em geral
       D                           A
Acreditava ardorosamente no bom velhinho
                                   E7
Que também vinha poro menino pobrezinho
                                          A
Vem até hoje mais só quem pode ganha o Natal
E7                           A
Papai Noel velhinho esnobe, é comercial
        E7                                  A
Papai Noel por isso os pobres não ganham Natal
E7             A
Papai Noel hoje eu entendo quem é você
                                          E7
É um comerciante que só propaga na televisão...
            D                          A
Não vem do céu, como eu pensava, antigamente
                                  E7
Ainda judias do pobrezinho do inocente
                                       A
Como judiava do coitadinho do meu coração
E7                            A
Papai Noel hoje eu me vejo em cada criança
        E7                          A   E7  A
Papai Noel que continuas na desesperança

Vai cantador

Vai cantador - Teixeirinha

Tom: D
Intro: A7 D A7 D  
 
D                   A7             D 
Ponteando sua viola lá vai indo o cantador 
                                              A7 
Nos seus versos bem rimados vai cantando a sua dor 
          G                             D 
Sua voz cheia de mágoa sai do peito sofredor 
  A7                                                      D 
Na sua melancolia eu ouvi quando dizia saudades de um grande amor. 
 A7                     
Vai cantador, desabafa tua mágoa, pra onde tu vais eu venho 
                                                      D 
Notes bem que eu também tenho, os meus olhos rasos d'água. 
 
D              A7                 D 
Escuta minha tristeza no ponteio da viola  
                                        A7 
Os acordes doloridos é o pouco que me consola  
          G                                 D 
Pareço um menino triste que ainda não teve escola  
                           A7                             D 
Pareço com o jogador que jogou o próprio amor agora pede esmola. 
                 A7                                                     
Vai cantador, tu vais voltar como eu quem vai atrás  de guarida 
                                        D         
Nos caminhos desta vida saudades nunca morreu. 
 
D                   A7                 D 
Viola quando eu morrer vou te deixar de herança 
                                          A7 
Pra aquela ingrata mulher uma dia terá lembrança 
  G                                       D 
De chegar na campa fria nem que seja por vingança 
 A7                                                       D 
Depositar uma flor para o triste cantador que eternamente descansa 
    A7                                       
Vai cantador que de volta estou chegando não há consolo alem 
                                               D 
Irás aonde eu fui também, também voltarás chorando.

Um mundo de amor

Um mundo de amor - Teixeirinha

Tom: Dm
Intro: Dm A7 Dm
Que bom se eu pudesse um dia 
                               A7
levar alegria pra quem tem tristeza
                                  
Que se eu fosse mais que os nobres 
                                    Dm
pra levar aos pobres o pão sobre a mesa
                                           D7           Gm
Quem bom seu pudesse sair fazer o surdo ouvir e mudo falar
                         Dm                          A7
Que bom se eu pudesse fazer o paralítico andar e correr
                                  Dm
E o bom ceguinho eu fizesse enxergar
C
(Eu não queria ser cristo senhor
             Bb                 A7
Nem eu o cantor que vive de canções
           Gm              Dm
Eu simplesmente só queria ser
                                   A7
Um homem qualquer que tivesse o poder
     Bb      A7               Dm
Pra dar alegria a tantos corações)
Int.
                                        
Que bom se eu pudesse agora para as mães 
                               A7
que choram buscar seu filho amado
                               
Que bom se eu pudesse acalmar 
                                Dm
a viúva a chorar, o esposo sepultado
                                     
Que bom se eu pudesse a amante curar
                    D7       Gm
num instante seu coração da dor
                             Dm
Se eu pudesse os enfermos curar 
                        A7
e as guerras pudesse acabar
                               Dm
E fazer do mundo um mundo de amor
( )Int.
                                
Que bom se eu pudesse ao ladrão 
                                     A7
lhe tornar cidadão de roubar ele deixasse
                                           
Que bom se eu tornasse o bandido num bom pai, 
                                  Dm
bom marido da prisão eu lhe soltasse
                                               D7         Gm
Que bom se ao ébrio eu pudesse e ele viesse do álcool deixar
                                   Dm  
Que bom que seria e que prazer profundo 
                               A7
se eu pudesse dar paz a este mundo
                              Dm
Para todos crescer, viver e amar
( )Int.
 

Última ginetiada

Última ginetiada - Teixeirinha

Tom: C#7
Intro: F# C#7 F#
C#7 
Eu encilhei o meu cavalo e levei outro 
                                  F# 
fui convidado pra uma linda ginetiada
        B        Cº           F#   
Sai do rancho virava de meia noite 
          C#7                     F#
a estrela Dalva repontava a madrugada
                                 C#7   
Cheguei na festa o dia vinha clareando 
                                 F#
chegava o povo de carreta e a cavalo
         B              Cº          F#     
As oito horas tinha um concurso de rédeas, 
         C#7                      F#
as dez e meia outro concurso de pealo   Bis
Int.
                                    C#7   
Levei um zaino e um tordilho bom de rédeas 
                                    F#
com dois cavalos e com sobra de recursos
           B          Cº           F#   
Passei do zaino os arreios pra tordilho, 
         C#7                    F#
já levantei com o primeiro concurso
                                 C#7  
As dez e meia outro concurso de pealo 
                                 F#
passei pro zaino os arreios novamente
            B          Cº            F#   
Soltaram o potro, meu laço estava armado, 
         C#7                       F#
botei certinho nas duas patas da frente   Bis
Int.
                                 C#7   
Ao meio dia o churrasco foi um colosso 
                                 F#
cantei um xote pra saudar a gauchada
         B          Cº          F#  
No entrevero vi tanta prenda bonita, 
         C#7                     F#
no meio delas minha antiga namorada
                                 C#7    
E a meia tarde uma sanfona só chorava, 
                                F#
deu um fandango e eu já me misturei
        B          Cº         F#   
O sanfoneiro era o Adelar Bertussi, 
             C#7                       F#
por ser dos bons tirei a prenda e dancei    Bis
Int.
                                C#7  
Entrou a noite o fandango se animou, 
                              F#
como foi lindo aquele divertimento
           B        Cº          F#  
A minha antiga namorada estava bela 
           C#7                     F#
chamou seu pai e já marquei o casamento
                                C#7 
Passei por lá uma semana e me casei 
                                F#
genro fiquei do seu Antônio Maximino 
         B         Cº          F# 
Me despedi da gauchada e retornei 
          C#7                     F#
eu vim no zaino e ela veio no tordilho   Bis
Int.
 

Última carta

Última carta - Teixeirinha

Tom: D
Intro: D  A7  D  A7  D
D
Eu recebi uma carta
                     A7
De um amor que já gostei
Saudades mandou lembranças
                D
Por isto já esperei
Mas agora é muito tarde
                      A7
Tuas cartas eu já queimei
                   Em
E o teu retrato morena
         A7       D
Por desaforo rasguei
Quantas noites sem dormir
                 A7
Por tua causa passei
Perdi momentos preciosos
                     D
Nas vezes que te visitei
         
Quantos versos de autoria
                 A7
Pra você eu dediquei
                    Em
Não respondo a sua carta
         A7      D
De ser traído cansei
O prazer que ainda me resta
                      A7
Que de tudo eu me vinguei
O amor que deste a outro
                   D
Eu primeiro que gostei
Os lábios que outro beija
                   A7
Eu primeiro que beijei
                   Em
Eu não estou me gabando
      A7          D
Teu nome não declarei
Na firma do nosso amor
                    A7
Um erro grande eu achei
Botaste um sócio honorário
                   D
Por isto eu me retirei
Resposta da tua carta
                      A7
É estes versos que cantei
                Em
Sociedade com outro
     A7          D
No amor nunca gostei