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sexta-feira, 25 de agosto de 2006

Valsa do assobio

Alvarenga e Ranchinho

Nós vai agora cantar
Pedimos pra quem não gostar
Não liga não, faz assim

Se você ta pra beijar
E o pai da moça chegar
Não liga não, faz assim

Se tarde em casa chegar
E a mulher quiser brigar
Não liga não, faz assim

O senhor eu vem cobra
Você não tem pra pagar
Não liga não, faz assim

Moda das línguas

Alvarenga e Ranchinho

É verdade matemática
Que ninguém pode negar
Que essa história de gramática
Só serve é pra atrapaiar
Ainda vem língua estrangeira
Pra ajudar a compricar
É mior nóis cabar com isso
Pra nós todos poder falar

Na Inglaterra eu vi dizer
Que um pé de sapato é chu
Sendo assim logo se vê
Dois pés tem que ser chuchu
Chuchu pra nóis é legume
No duro, não é boato
Os ingreis que lá se arrume
Mas nóis num come sapato

Na América corpo é bode
Veja que bode vai dar
Encontrei uma americana
Louca pro bode entregar
Fiquei meio atrapaiado
E disse pra me safar
Óia dona, eu não sou cabra
Sai com esse bode pra lá

Em Chile, cueca é dança
Pra se cantar e bailar
Lá se toca e baila cueca
Asta la fiesta acabar
Mas se acaso algum chileno
Vier pro Brasil dançar
Que tente mostrar a cueca
Pra ver ondé que vai parar

Na Itália eu vi dizer
E não sei por que razão
Que manteiga lá é burro
Se passa burro no pão
Desse jeito pra mim chega
Viva nóis lá do sertão
Onde manteiga é manteiga
Nós não come burro, não

Uma gravata esquisita
Um certo franceis me deu
Perguntei onde botar
Ele então me arrespondeu
Mas num gostei da resposta
Isso é que não faço eu
Seu franceis mal educado
Ponha a gravata no seu

Na Argentina ouvi dizer
Que saco é paletó
Lá se o gringo toma chuva
Tem que pôr o saco no sor
E se acaso o dito encóie
A muié lhe diz a pior
Tu saco está mui tiquito
Vá arranjar um saco maior

Horóscopo

Alvarenga e Ranchinho

Quem ainda não casou
Não se case em janeiro
Que a desgraça desse mês
Se arrepete o ano inteiro
Não se case em fevereiro
Fevereiro é mês faiado
Quem se casa nesse mês
Os fios nascem pelados

Não se case no mês de março
Nem que seja por decreto
Criança do mês de março
Nasce tudo analfabeto
Não se case no mês de abril
Nem que seja pra ter gozo
Quem se casa nesse mês
Nasce os fios mentiroso

Cuidado com o mês de maio
Não se case nem a muque
Criança do mês de maio
Já vem dançando botuque
Criança do mês de junho
Nasce tudo com mau cheiro
Já nasce soltando bomba
Desde o berço é fogueiro

Não se case no mês de julho
Esse mês é perigoso
Criança do mês de julho
Nasce tudo revoltoso
Agosto mês do desgosto
Principalmente para quem ama
Quem nasce no mês de agosto
Faz pipi na cama

Quem casa em setembro
Precisa ter muita sorte
Que as crianças mal dá as caras
Querem independência ou morte
Em outubro seu Colombo
Descobriu um mundo novo
Quem nasce no mês de outubro
Acaba botando ovo

Em novembro seu Deodoro
Provou que tinha tutano
As crianças de novembro
Já nasce republicano
Quem chegou inté dezembro
Vivendo sempre solteiro
Não vai estragar no fim
a sorte de um ano inteiro

Êh São Paulo

Alvarenga e Ranchinho

Êh, São Paulo
Êh São Paulo
São Paulo da garoa
São Paulo que terra boa

São Paulo da noite fria
Ao cair da madrugada
As campinas verdejantes
Coberta pela geada

São Paulo do céu anil
Da noite enluarada
Da linda manhã de sol
No raiar da madrugada

Cumpadre como é que ta tu?

Alvarenga e Ranchinho

Cumpadre como é que ta tu
Cumpadre como é que tu ta
Não tão bem quanto vancê
Mas vo indo devagar

To com tudo, to com tudo
Eu sou mesmo felizardo
To com tudo meu cumpadre
To com tudo empenhado

Cumpadre como é que ta tu
Cumpadre como é que tu ta
Não tão bem quanto vancê
Mas vo indo devagar

Casamento e loteria
Vou dizer, sou muito franco
Me casei, fui conferir
O bilhete tava branco

Cumpadre como é que ta tu
Cumpadre como é que tu ta
Não tão bem quanto vancê
Mas vo indo devagar

Roubaram minha muié
Só pra me fazer sofrer
Eu procuro o ladrão
Quero lhe agradecer

Cumpadre como é que ta tu
Cumpadre como é que tu ta
Não tão bem quanto vancê
Mas vo indo devagar

Minha casa pegou fogo
Ardeu tudo de repente
Minha sogra tava dentro
Veja como to contente

Casa de páia

Alvarenga e Ranchinho

Ó que saudade que eu tenho,
Que doce recordação
Da minha casa de páia
Que eu deixei lá no sertão

Neste tempo eu fui amado
Por um anjo divinar
Minha casinha de páia
Era meu doce idear.

Parecia uma frô de taipa,

sonhando no matagar
Parecia uma frô de taipa,
sonhando no matagar

Ó que saudade que eu tenho,
Que doce recordação
Da minha casa de páia
Que eu deixei lá no sertão

Na casinha pequenina
Não houve nunca lamento
Suportou a chuva forte,
Suportou os pé de vento.

Era pequenina por fora mas muito
maior por dentro
Era pequenina por fora

mas muito maior por dentro

Ó que saudade que eu tenho,
Que doce recordação
Da minha casa de páia
Que eu deixei lá no sertão

Lá dentro dessa casinha
Viveu meu amor profundo
Lá viveu a minha bela,
Fia do Chico Raimundo

A casa menor da terra, o amor maior do mundo
A casa menor da terra o amor maior do mundo

Ó que saudade que eu tenho,
Que doce recordação
Da minha casa de páia
Que eu deixei lá no sertão

Drama da Angélica

Alvarenga e Ranchinho

Drama da Angélica (toada, 1943) - Alvarenga e M. G. Barreto

Ouve meu cântico / Quase sem ritmo
E a voz de um tísico / Magro e esquelético
Poesia ética / Em forma esdrúxula
Feita sem métrica / Com rima rápida.

Amei Angélica / Mulher anêmica
De cores pálidas / E gestos tímidos
Era maligna / E tinha ímpetos
De fazer cócegas / No meu esôfago.

Em noite frígida / Fomos ao lírico
Ouvir o músico / Pianista célebre
Soprava o zéfiro / Ventinho úmido
E então Angélica / Ficou asmática.

Fomos ao médico / De muita clínica
Com muita prática / E preço módico
Depois do inquérito / Descobre o clínico
Um mal atávico / Mal sifilítico.

Mandou-me célere / Comprar noz-vômica
E ácido cítrico / Para o seu fígado
E o farmacêutico / Mocinho estúpido
Errou na fórmula / Fez de propósito.

Não teve escrúpulo / Deu-me sem rótulo
Ácido fênico / E ácido prússico
Corri mui lépido / Mais de um quilômetro
Num bonde elétrico / De força múltipla.

O dia cálido / Deixou-me tépido
Achei Angélica / Já toda trêmula
A terapêutica / Dose alopática
Lhe dei em xícaras / De ferro ágape.

Tomou num fôlego / Triste e bucólica
Essa estrambólica / Droga fatídica
Caiu no esôfago / Deixou-a lívida
Dando-lhe cólica / E morte trágica.

O pai de Angélica / Chefe do tráfego
Homem carnívoro / Ficou perplexo
Por ser estrábico / Usava óculos
Um vidro côncavo / E outro convexo.

Morreu Angélica / De um modo lúgubre
Moléstia crônica / Levou-a ao túmulo
Foi feita autópsia / E todos os médicos
Foram unânimes / No diagnóstico.

Fiz um sarcófago / Assaz artístico
Todo de mármore / Na cor do ébano
E sobre o túmulo / Uma estatística
Coisa metódica / Como os Lusíadas.

E numa lápide / Paralelepípedo
Pus este dístico / Terno e simbólico
Cá jaz Angélica / Moça hiperbólica
Beleza helênica / Morreu de cólica !....

Alvarenga e Ranchinho

Alvarenga e Ranchinho

Alvarenga e Ranchinho - Dupla sertaneja formada em 1929 por Murilo Alvarenga (Itaúna/MG 22.05.1912 - 18.01.1978) e Diésis dos Anjos Gaia, o Ranchinho (Jacareí/SP 23.05.1913 - 05.07.1991). Através do tio, que era empresário de circo, Alvarenga começou a trabalhar aos 11 anos como trapezista e malabarista, passando depois a se apresentar como cantor de tangos. Conheceu Ranchinho numa serenata em Santos/SP, em 1928. Resolveram, então, cantar juntos em circo, interpretando, desde o início, o gênero caipira, que os caracterizou e que era uma novidade na época.

Apresentaram-se em São Paulo/SP, em 1933, com a Companhia Bataclã e, no ano seguinte, foram convidados por Breno Rossi, maestro da orquestra da Rádio São Paulo, para cantar nessa emissora. Ainda em 1934, forma com Silvino Neto o trio Os Mosqueteiros da Garoa, que, apesar do sucesso obtido, durou pouco.

Formada novamente, a dupla começou a se destacar em 1935, com a marcha Sai, feia (Alvarenga), que venceu o concurso de músicas carnavalescas de São Paulo. Ainda em 1935, a convite do Capitão Furtado, compositor sertanejo, trabalhou no filme Fazendo fita, de Vittorio Capellaro, em São Paulo, e, em 1936, foi para o Rio de Janeiro/RJ, para uma temporada na Casa de Caboclo, de Duque. Embora já tivesse certo nome em São Paulo, a dupla teve que recomeçar praticamente a carreira no Rio de Janeiro, iniciando por se apresentar na Hora do Guri, programa vespertino da Rádio Tupi, passando para a programação noturna só depois de obter sucesso.

A boa aceitação conseguida através do rádio fez que conseguisse gravar o primeiro disco, pela Odeon, ainda em 1936, a moda-de-viola Itália e Abissínia (parceria com Capitão Furtado) e o cateretê Liga das Nações (de sua autoria). Em novembro de 1936, apresentou-se no teatro Smart, em Buenos Aires, Argentina, e, no ano seguinte, passou a fazer parte do elenco do Cassino da Urca, onde trabalhou até o seu fechamento, dez anos depois. Foi lá que a dupla começou a fazer sátiras políticas, que se tornaram um dos seus pontos fortes e, em 1938 lançou a marcha Seu condutor (em parceria com Herivelto Martins), que constituiu o maior sucesso carnavalesco da dupla.

Nesse mesmo ano, Ranchinho afastou-se pela primeira vez de seu companheiro, e Alvarenga, então, gravou, pela Odeon, em dupla com Bentinho (da dupla Xerém e Bentinho) e com o grupo chamado Alvarenga e Sua Gente. Essa separação temporária de Ranchinho voltaria a ocorrer outras vezes nos 27 anos seguintes e nessas ocasiões seria substituído por outros, como Bentinho ou Delmare de Abreu.

Em 1939, Ranchinho voltou à dupla e novas gravações foram feitas pela Odeon, inclusive algumas gravações com o Capitão Furtado. Até então, a dupla vinha tendo muitos problemas com a censura oficial, por suas sátiras políticas, mas em 1939 a questão foi resolvida da seguinte maneira: Alzira Vargas, filha do presidente Getúlio Vargas, convidou a dupla para tocar no Palácio das Laranjeiras para seu pai; Getúlio, depois de ouvir todas as músicas, inclusive algumas que se referiam a ele, deu ordens para que as composições da dupla fossem liberadas em todos o território nacional. Ainda em 1939, excursionou pelo Rio Grande do Sul e passou a se apresentar na Rádio Mayrink Veiga, ganhando o slogan de Os Milionários do Riso.

Lançou, em 1940, a valsa Romance de uma caveira (com Chiquinho Sales), em disco Odeon, que se tornou um dos maiores sucessos de seu repertório, e, três anos depois gravou Drama da Angélica (Alvarenga e M. G. Barreto), cujo gênero foi definido no selo do disco como "canto tétrico".

Com o fechamento dos cassinos, em 1946, Alvarenga abriu uma boate no Posto Seis, em Copacabana, mantendo-a durante dois anos. A dupla apresentou-se, em 1950, durante um mês, no Cassino Estoril, em Lisboa, Portugal, e, em 1952, lançou com destaque a marcha de sua autoria Cordão japonês.

Em toda sua carreira, o duo participou de mais de 30 filmes, incluindo Carnaval em lá maior, de 1955, dirigido por Ademar Gonzaga. Com seu repertório de sátiras política, participou também de campanhas eleitorais, como as de Ademar de Barros, Juscelino Kubitschek, e Lucas Nogueira Garcez. Ficaram célebres ainda suas paródias de músicas de sucesso, como as que foram feitas sobre o tango Adíos muchachos (Julio C. Sanders e César Vedani), Nervos de Aço (Lupicínio Rodrigues) e de Disparada (Geraldo Vandré e Teo de Barros).

Em 1959, a dupla deixou o rádio, para trabalhar apenas na televisão, e, em 1965, Diésis foi substituído por Homero de Sousa Campos, que passou a ser o Ranchinho efetivo. Nos anos 70 apresentaram-se principalmente em cidades do interior do país. Em 1997 a BMG lançou Os Milionários do Riso, reedição de um LP ao vivo gravado em 1973.

Algumas músicas:


Fonte: - Enciclopédia da música brasileira: erudita, folclórica e popular. São Paulo, Art Editora

segunda-feira, 7 de agosto de 2006

Cifras e letras de Luiz Gonzaga

Nem se despediu de mim

Nem se despediu de mim - Luiz Gonzaga e João Silva


Nem se despediu de mim
Nem se despediu de mim
Já chegou contando as horas
Bebeu água e foi-se embora
Nem se despediu de mim

Te assossega coração
Esse amor renascerá
Vai-se um dia mais vem outro
Aí então, quando ele voltar
Quebre o pote e a quartinha
Bote fogo na tamarinha
Que ele vai se declarar

Légua tirana

Légua tirana - Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira

Oh, que estrada mais comprida
Oh, que légua tão tirana
Ai, se eu tivesse asa
Inda hoje eu via Ana

Quando o sol tostou as foia
E bebeu o riachão
Fui inté o juazeiro
Pra fazer a minha oração

Tô voltando estropiado
Mas alegre o coração
Padim Ciço ouviu a minha prece
Fez chover no meu sertão


Varei mais de vinte serras
De alpercata e pé no chão
Mesmo assim, como inda farta
Pra chegar no meu rincão

Trago um terço pra das dores
Pra Reimundo um violão
E pra ela, e pra ela
Trago eu e o coração

A triste partida

Luiz Gonzaga

A triste partida - Patativa de Assaré

Meu Deus, meu Deus
Setembro passou
Outubro e Novembro
Já tamo em Dezembro
Meu Deus, que é de nós,
Meu Deus, meu Deus
Assim fala o pobre
Do seco Nordeste
Com medo da peste
Da fome feroz
Ai, ai, ai, ai

A treze do mês
Ele fez experiência
Perdeu sua crença
Nas pedras de sal,
Meu Deus, meu Deus
Mas noutra esperança
Com gosto se agarra
Pensando na barra
Do alegre Natal
Ai, ai, ai, ai

Rompeu-se o Natal
Porém barra não veio
O sol bem vermeio
Nasceu muito além
Meu Deus, meu Deus
Na copa da mata
Buzina a cigarra
Ninguém vê a barra
Pois a barra não tem
Ai, ai, ai, ai

Sem chuva na terra
Descamba Janeiro,
Depois fevereiro
E o mesmo verão
Meu Deus, meu Deus
Entonce o nortista
Pensando consigo
Diz: "isso é castigo
não chove mais não"
Ai, ai, ai, ai

Apela pra Março
Que é o mês preferido
Do santo querido
Senhor São José
Meu Deus, meu Deus
Mas nada de chuva
Tá tudo sem jeito
Lhe foge do peito
O resto da fé
Ai, ai, ai, ai

Agora pensando
Ele segue outra tria
Chamando a famia
Começa a dizer
Meu Deus, meu Deus
Eu vendo meu burro
Meu jegue e o cavalo
Nós vamos a São Paulo
Viver ou morrer
Ai, ai, ai, ai

Nós vamos a São Paulo
Que a coisa tá feia
Por terras alheia
Nós vamos vagar
Meu Deus, meu Deus
Se o nosso destino
Não for tão mesquinho
Cá e pro mesmo cantinho
Nós torna a voltar
Ai, ai, ai, ai

E vende seu burro
Jumento e o cavalo
Inté mesmo o galo
Venderam também
Meu Deus, meu Deus
Pois logo aparece
Feliz fazendeiro
Por pouco dinheiro
Lhe compra o que tem
Ai, ai, ai, ai

Em um caminhão
Ele joga a famia
Chegou o triste dia
Já vai viajar
Meu Deus, meu Deus
A seca terrível
Que tudo devora
Lhe bota pra fora
Da terra natal
Ai, ai, ai, ai

O carro já corre
No topo da serra
Oiando pra terra
Seu berço, seu lar
Meu Deus, meu Deus
Aquele nortista
Partido de pena
De longe acena
Adeus meu lugar
Ai, ai, ai, ai

No dia seguinte
Já tudo enfadado
E o carro embalado
Veloz a correr
Meu Deus, meu Deus
Tão triste, coitado
Falando saudoso
Com seu filho choroso
Exclama a dizer
Ai, ai, ai, ai

De pena e saudade
Papai sei que morro
Meu pobre cachorro
Quem dá de comer?
Meu Deus, meu Deus
Já outro pergunta
Mãezinha, e meu gado?
Com fome, sem trato
Mimi vai morrer
Ai, ai, ai, ai

E a linda pequena
Tremendo de medo
"Mamãe, meus brinquedo
Meu pé de fulô?"
Meu Deus, meu Deus
Meu pé de roseira
Coitado, ele seca
E minha boneca
Também lá ficou
Ai, ai, ai, ai

E assim vão deixando
Com choro e gemido
Do berço querido
Céu lindo azul
Meu Deus, meu Deus
O pai, pesaroso
Nos filho pensando
E o carro rodando
Na estrada do Sul
Ai, ai, ai, ai

Chegaram em São Paulo
Sem cobre quebrado
E o pobre acanhado
Procura um patrão
Meu Deus, meu Deus
Só vê cara estranha
De estranha gente
Tudo é diferente
Do caro torrão
Ai, ai, ai, ai

Trabaia dois ano,
Três ano e mais ano
E sempre nos prano
De um dia vortar
Meu Deus, meu Deus
Mas nunca ele pode
Só vive devendo
E assim vai sofrendo
É sofrer sem parar
Ai, ai, ai, ai

Se arguma notícia
Das banda do norte
Tem ele por sorte
O gosto de ouvir
Meu Deus, meu Deus
Lhe bate no peito
Saudade lhe molho
E as água nos óio
Começa a cair
Ai, ai, ai, ai

Do mundo afastado
Ali vive preso
Sofrendo desprezo
Devendo ao patrão
Meu Deus, meu Deus
O tempo rolando
Vai dia e vem dia
E aquela famia
Não vorta mais não
Ai, ai, ai, ai

Distante da terra
Tão seca mas boa
Exposta à garoa
A lama e o pau
Meu Deus, meu Deus
Faz pena o nortista
Tão forte, tão bravo
Viver como escravo
No Norte e no Sul
Ai, ai, ai, ai

Apologia ao jumento

Apologia ao jumento (O jumento é nosso irmão)
Luiz Gonzaga e José Clementino

É verdade, meu senhor
Essa estória do sertão
Padre Vieira falou
Que o jumento é nosso irmão

A vida desse animal
Padre Vieira escreveu
Mas na pia batismal
Ninguém sabe o nome seu
Bagre, Bó, Rodó ou Jegue
Baba, Ureche ou Oropeu
Andaluz ou Marca-hora
Breguedé ou Azulão
Alicate de Embau
Inspetor de Quarteirão

Tudo isso, minha gente
É o jumento, nosso irmão

Até pr'anunciar a hora
Seu relincho tem valor
Sertanejo fica alerta
O dandão nuca falhou
Levanta com hora e vamo
O jumento já rinchou
Bom, bom, bom


Ele tem tantas virtudes
Ninguém pode carcular
Conduzindo um ceguinho
Porta em porta a mendigar
O pobre vê, no jubaio
Um irmão pra lhe ajudar
Bom, bom, bom

E na fuga para o Egito
Quando o julgo anunciou
O jegue foi o transporte
Que levou nosso Senhor
Vosmicê fique sabendo
Que o jumento tem valor

Agora, meu patriota
Em nome do meu sertão
Acompanhe o seu vigário
Nessa terna gratidão
Receba nossa homenagem
Ao jumento, nosso irmão

A morte do vaqueiro

A morte do vaqueiro - Luiz Gonzaga e Nélson Barbalho

Numa tarde bem tristonha
Gado muge sem parar
Lamentando seu vaqueiro
Que não vem mais aboiar
Não vem mais aboiar
Tão valente a cantar

Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo

Ei, gado, oi

Bom vaqueiro nordestino
Morre sem deixar tostão
O seu nome é esquecido
Nas quebradas do sertão
Nunca mais ouvirão
Seu cantar, meu irmão


Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo

Ei, gado, oi

Sacudido numa cova
Desprezado do Senhor
Só lembrado do cachorro
Que inda chora
Sua dor
É demais tanta dor
A chorar com amor

Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo
Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo

Ei, gado, oi
E... Ei...

Ovo de codorna

Luiz Gonzaga

Ovo de codorna - Severino Ramos
intro : G  D   C   D   G  
G                         D
Eu quero ovo de codorna pra comer
C D G
O meu problema ele tem que resolver 2x (Refrão)
G                          D
Eu to madurão, passei da flor da idade
C G
Mas ainda tenho alguma mocidade
D
Vou cuidar de mim pra não acontecer
C D G
Vou comprar ovo de codorna pra comer
Refrão
G                         D
Eu já procurei um doutor meu amigo
C G
Ele me falou, pode contar comigo
D
Ele me ensinou e eu passo pra você
C D G
Vou lhe dar ovo de codorna pra comer
Refrão
G                           D
Eu estava triste, quase apavorado
C G
Estavam me fazendo de pobre coitado
D
Minha companheira ta feliz porque
C D G
Eu comprei ovo de codorna pra comer
Refrão

Imbalança

Imbalança - Zé Dantas e Luiz Gonzaga
Intro : ( C   G7 )

C G C
Oia a paia do coqueiro quando o vento dá
G C
( oia o tombo da jangada nas ondas do mar )
G C
Oia o tombo da jangada nas ondas do mar
G C
( oia a paia do coqueiro quando o vento dá )
     G                     C
Imbalança, imbalança, imbalança,
G C
( imbalança, imbalança, imbalança ) 2x
C7 F G C
Pra você aguentar meu rojão é preciso saber requebrar
Am Dm
Ter molejo nos pés e nas mãos,
G C
ter no corpo o balanco do mar
C7 F
Ser que nem carrapeta no chão,
G C
e virar foia seca no ar
Am Dm
Para quando escutar meu baião,
G7 C
( imbalança, imbalança, imbalança )
   Am                    Dm
Imbalança, imbalança, imbalança,
G7 C
( imbalança, imbalança, imbalança ) 2x
Oia a paia . Imbalança 
       C7               F    
Você tem que viver no sertão,
G C
pra na rede aprender a embalar
Am Dm G7 C
Aprender a bater no pilão, na peneira aprender peneirar
C7 F G C
Vê relampo nos mei do trovão, fazer cobra de fogo no ar
Am Dm
Para quando escutar meu baião,
G7 C
( imbalança, imbalança, imbalança )

Am Dm
imbalança, imbalança, imbalança,
G7 C
( imbalança, imbalança, imbalança ) 2x
solo acordeon em cima da melodia 

           C7            C
Pra voce aguentar .. Imbalança

Pense neu

Luiz Gonzaga
Tom: E
E      B      A      E    Bm  E   A
Pense n'eu quando em vez coração
Bm E A E
pense n'eu vez em quando
E7 A
onde estou, onde estarei
B E
se sorrindo ou se chorando
D E
se sorrindo ou se chorando
A B E
pense n'eu... vez em quando
A B E
pense n'eu... vez em quando
E       B             A           E
Tô na estrada, tô sorrindo apaixonado
Bm E
pela gente e pelo povo do meu país
olêlê
E             E7              A
tô feliz pois apesar do sofrimento
B E
vejo um povo de alegria bem na raíz
vamos lá
E    B         A           E
alegria muita paz e esperança
Bm E
na esperança de fazer tudo melhor
e será
E           E7         A
alegria o meu nome é união
B E
e povo unido é beleza mais maior

Retrato de um forró

Luiz Gonzaga
Tom: Dm
Intro: Dm A7
           Dm                    A7
Quando tu balança da um nó na minha pança
4X
            Dm           A7
Madrugada entrando e o fole gemendo
Dm
Pueira subindo e o suor descendo
A7
Quem não tava bebo já tava qurendo
Dm
E eu cambaleando ia te dizendo
Dm A7
Quando tu balança da um nó na minha pança
4X
            Dm             A7
A Barraca é branda e eu naquele jogo
A7
Tava me esquentando
Dm
Vendo cende fogo
A7
Só batia palma de perna puchada
A7 Dm
Como quem atira em onça pintada
Repete tudo

Capim novo

Luiz Gonzaga
G          C        G          C
Nem ovo de codorna, Catuaba ou Tiborna.
G C
Não tem jeito não, Não tem jeito não.
F G C
Amigo véio pra você tem jeito não.
F G C E7 Am
Amigo véio pra você tem jeito não, não não.
        E7                      Am
Esse negócio de dizer que droga nova.
E7
Muita gente diz que é prova.
Am
Mas a prática desmentiu.
F G7 C
O Doutor disse que o problema é psicológico.
Am F E7 Am
Não é nada fisiológico ele até me garantiu.
F E7 Am
Não se iluda amigo véio vai nessa não.
A7 D7 B7 E
Essa tal de droga nova nunca passa de ilusão.
F G7 C
Certo mesmo é o ditado do povo.
Am Dm G7 C C7
Que prá cavalo Véio o remédio é capim novo. (2x)

A mulher do meu patrão

Luiz Gonzaga
Tom: A
Intro: E D A
           E        D              A
Eu tenho pena da mulher do meu patrão
F#m Bm E A
Muito rica tão bonita, ai meu Deus que mulherão
E D A
Nao tem meninos para nao envelhecer
F#m Bm E A
mas nervosa sofre muito por não ter o que fazer
     D                E             A
no atiço da panela, no batuque do pilão
D E A
tem somente 15 filhos mais o chacho do feijão
D E A
sarampo, catapora mais a roupa pra lavar
D E A
resfriado, tosse braba, lenha para carregar
D E A
pote na cabeça, tem cheirinho pra cozinhar
D E A
tira o leite da cabrinha, tem o bode pra soltar
D E A
vivo com minha nega num ranchinho que eu fiz
D E A
não se queixa, não diz nada e se acha bem feliz
     D                      A
Com tudo isso ainda sobra um tempinho
Bm E A
Um agrado, um carinho eu não quero nem dizer
D A
Com tudo isso ainda sobra um tempinho
Bm E A
E um moleque sambudinho todo ano e pra nascer

Súplica cearense

Súplica cearense (baião-toada, 1960) - Gordurinha
Tom: Cm
Introd.: Fm7 Bb7 Fm7 Gm7 Ab7 G7 Cm Ab7 G7
    Cm                         Ab7
Oh! Deus, perdôe esse pobre coitado
G7 Ab7
Que de joelhos rezou um bocado
Fm6/C G7 Cm Dm5- G7
Pedindo pra chuva cair sem parar
     Cm                            Fm
Oh! Deus, será que o senhor se zangou
G7 Ab7
E só por isso o sol "arretirou"
Fm6/G G7 Cm Fm7 Cm7
Fazendo cair toda a chuva que há
    Gm5-                C7
Senhor, eu pedí para o sol
Gm5-
Se esconder um tiquinho,
C7 Gm5-
Pedí pra chover, mas chover de mansinho
C7 Fm
Pra ver se nascia uma planta no chão
      Ab/Bb                  Bb7
Meu Deus, se eu não rezei direito
Fm7
O Senhor me perdôe
Bb7 Fm
Eu acho que a culpa foi
G7 Cm7 Dm4
Deste pobre que nem sabe fazer oração
G7     Gm7              C7
Meu Deus, perdôe eu encher
Gm5-
Os meus olhos de água
C7 C9 Gm5-
E ter lhe pedido cheinho de mágoa,
C7 C9 Fm Db7 C7
Pro sol inclemente de arretirar
    Fm          Fm7       G7            
Desculpe, eu pedi a toda hora
Cm
Pra chegar o inverno
Ab7 Ab7+ Db
Desculpe eu pedir para acabar com o inferno
Dm7 G7 Cm Ab7 G7 G7
Que sempre queimou o meu ceará.

Riacho do navio

Luiz Gonzaga
Tom: F
          F
Riacho do Navio
C
Corre pro Pajeú
O rio Pajeú vai despejar
F
No São Francisco
F7
O rio São Francisco
Bb C
Vai bater no mei' do mar
C
O rio São Francisco
F
Vai bater no mei' do mar
                 F
Se eu fosse um peixe
C
Ao contrário do rio
Nadava contra as águas
F
E nesse desafio
F7
Saía lá do mar pro
Bb C
Riacho do Navio
C
Saía lá do mar pro
F
Riacho do Navio
                   F
Pra ver o meu brejinho
C
Fazer umas caçada
Ver as "pegá" de boi
F
Andar nas vaquejada
F7
Dormir ao som do chocalho
Bb C
E acordar com a passarada
C
Sem rádio e nem notícia
F
Das terra civilizada
C
Sem rádio e nem notícia
F
Das terra civilizada

Propriá

Luiz Gonzaga
Tom: E
E             A           B             E
Tudo que eu tinha deixei lá não trouxe não
A B E
deixei o meu roçado plantadinho de feijão
A B E
deixei a minha mãe com o meu pai e meus irmãos
A B E
e com a rosinha eu deixei meu coração
A
Por isso eu vou voltar pra lá
E
não posso mais ficar
B E
Rosinha ficou lá em Propriá
(2x)
E A B E
aiai, uiui, eu tenho que voltar
E A B E
aiai, uiui, a minha vida tá todinha em Propriá
(2x)

Pagode russo

Luiz Gonzaga
Tom: Am
            Am
Ontem eu sonhei que estava em Moscou
Am6 Am
Dançando pagode russo na boate Cossacou (bis)
Am
Parecia mais um frevo
E Am
Naquele "cai e não cai"
Am
Parecia mais um frevo
E Am
Naquele "vai e não vai"
Dm Am E Am
Vem cá Cossaco
E Am
Cossaco dança agora
Dm Am
Na dança do Cossaco
E Am
Não ficar Cossaco fora

Olha pro céu

Luiz Gonzaga
Tom: Dm
Dm
Olha pro céu, meu amor
D Gm
Vê como ele está lindo
C7 F A7
Olha praquele balão multicor
Dm Bb A7
Como no céu vai sumindo
D
Foi numa noite, igual a esta
A
Que tu me deste o teu coração
O céu estava, assim em festa
D
Pois era noite de São João
Am C B
Havia balões no ar
Em
Xóte, baião no salão
G E
E no terreiro
D B E A
O teu olhar, que incendiou
D
Meu coração

Numa sala de reboco

Luiz Gonzaga
     Dm                             A7
Todo tempo quanto houver pra mim é pouco
Em7(b5) A7 Dm
Pra dançar com meu benzinho numa sala de reboco
Dm A7
Todo tempo quanto houver pra mim é pouco
Em7(b5) A7 Dm
Pra dançar com meu benzinho numa sala de reboco
            G                     Dm
Enquanto o fole tá tocando, tá gemendo
G Dm
Vou dançando e vou dizendo meu sofrer pra ela só
G Dm
E ninguém nota que eu estou lhe conversando
Bb A7 Dm
E nosso amor vai aumentando pra coisa mais melhor
      Dm                            A7
Todo tempo quanto houver pra mim é pouco ...
         G                     Dm
Só fico triste quando o dia amanhece
G Dm
Ai, meu Deus se eu pudesse acabar a separação
G Dm
Pra nós viver igualado a sangue-suga
Bb A7 Dm
E nosso amor pede mais fuga do que essa que nos dão
     Dm                             A7
Todo tempo quanto houver pra mim é pouco ...

Na lagoa do amor

Luiz Gonzaga
Tom: C
C                 G
Onde a morena se banha
C
é na lagoa do amor
G
Tira a roupa e não se acanha
C
é na lagoa do amor
G
Onde o homem se assanha
C
é na lagoa do amor
G
Bebe água e não estranha
C
é na lagoa do amor
C              G                        C
é na lagoa do amor que a morena lava o suor
G C
é no forró que a morena pega a suar
F E Am
é lá e cá no forró da lagoa
F C G C
é na lagoa do forró que é lugar bom pra chamegar
(refrão)
C               G                       C
é na lagoa do amor que a traíra cai no anzol
G C
é com o anzol que a gente deve pescar
F E Am
eu vou danar a mergulhar na lagoa
F C G C
fazer igual a jacaré vê a morena se banhar

Hora do adeus

Luiz Gonzaga
Am        C         D7       Am
O meu cabelo já começa pratiando
C D7 Am
Mas a sanfona ainda não desafinou
C Am
A minha voz vocês reparem eu cantando
D7 C E7 Am
Que é a mesma voz de quando meu reinado começou
Am            D7                   Am
Modéstia à parte é que eu não desafino
C
Desde o tempo de menino
E7 Am
Em Exu no meu sertão
C Am
Cantava solto que nem cigarra vadia
D7 C
E é por isso que hoje em dia
E7 Am
Ainda sou o rei do baião
         D7                Am
Eu agradeço ao povo brasileiro
C
Norte Centro Sul inteiro
Am E7 Am
Onde reinou o baião
C Am
Se eu merecí minha coroa de rei
D7 C
Esta sempre eu honrei
E7 Am
Foi a minha obrigação
D7 Am
Minha sanfona minha voz o meu baião
C E7 Am
Este meu chapéu de couro e também o meu gibão
C Am
Vou juntar tudo dar de presente ao museu
D7 C
É a hora do Adeus
E7 Am
De Luiz rei do baião

Forró nº 1

Luiz Gonzaga
Bb                             F                 D#                 Bb
{ Sanfona velha do fole furado , só faz fum , só faz fum
{ F
{ Mesmo assim o cavalheiro faz um refungado
{ D# Bb
{ E o coração da morena, faz Tum, Tum
{ D#
{ O sanfoneiro animado puxa o fole
{ F Bb
2x{ Depois de tomar um gole de rum
{ D#
{ E haja fum, haja fum, haja fum
{ F Bb
{ Forró com esse fole é forró número 1
{ D#
{ E haja fum, haja fum, haja fum
{ F Bb
{ Forró com esse fole é forró número 1

INTRODUÇÃO

Bb D#
Vem gente de todo lado conhecer o sanfoneiro
F Bb
Porque ele é o primeiro a tocar no fole furado
D#
E em pouco tempo já começa um zum, zum, zum
F Bb
Sanfona velha assim não se vê em canto nenhum
D#
E haja fum, haja fum, haja fum
F Bb
Forró com esse fole é forró número 1

D#
E haja fum, haja fum, haja fum
F Bb
Forró com esse fole é forró número 1
Bb F D# Bb
{ Sanfona velha do fole furado , só faz fum , só faz fum
{ F
{ Mesmo assim o cavalheiro faz um refungado
{ D# Bb
{ E o coração da morena, faz Tum, Tum
{ D#
{ O sanfoneiro animado puxa o fole
{ F Bb
2x{ Depois de tomar um gole de rum
{ D#
{ E haja fum, haja fum, haja fum
{ F Bb
{ Forró com esse fole é forró número 1
{ D#
{ E haja fum, haja fum, haja fum
{ F Bb
{ Forró com esse fole é forró número 1

Forró no escuro

Luiz Gonzaga
Tom: G
G                  Bm
O candeeiro se apagou
C D G
O sanfoneiro cochilou
C Am
A sanfona não parou
D G
E o forró continuou
D
Meu amor não vá simbora
Não vá simbora
G
Fique mais um bucadinho
Um bucadinho
D
Se você for seu nego chora
Seu nego chora
G
Vamos dançar mais um tiquinho
Mais um tiquinho
D
Quando eu entro numa farra
G
Num quero sair mais não
D
Vou inté quebrar a barra
G
E pegar o sol com a mão

Danado de bom

Luiz Gonzaga
Tom: C
C              Dm
Tá é danado de bom
G7 C
Tá danado de bom meu compade
Dm
Tá é danado de bom
G7
Forrozinho bonitinho,
Gostosinho, safadinho,
C
Danado de bom
C
Olha o Natamira na zabumba
O Zé Cupira no triângulo
Dm
E Mariano no gonguê
G7
Olha meu compadre na viola
Meu sobrinho na manola
C
E Cipriano no melê
C
Olha a meninada nas cuié
C7
Tá sobrando capilé
F
E já tem bêbo pra daná,
C
Tem nego grudado que nem piolho
G7
Tem nega piscando o olho
C
Me chamando pra dançar
Tá é danado de bom...
Tá, que forrozinho de primeira
Já num cabe forrozeiro
Dm
E cada vez chegando mais
G7
Tá, da cozinha e do terreiro,
Sanfoneiro, zabumbeiro
C
Pra frente e pra trás
Olha meu compadre Damião
C7
Pode apagar o lampeão
F
Que tá querendo clarear
C
Agüenta o fole meu compadre Bororó
G7
Que esse é o tipo de forró
C
Que não tem hora pra parar

Cigarro de paia

Luiz Gonzaga
C
Meu cigarro de paia
Am
Meu cavalo ligêro
F BIS
Minha rede de maia
G C
Meu cachorro trigueiro
C
Quando a manhã vai clareando
Dm
Deixo a rede a balançar
F
No meu cavalo vou montando
C
Deixo o cão a vigiar
G C
Cendo o cigarro vez em quando
C7 F
Pra esquecer de me alembrar
                        C     G
Que só me falta uma bonita morena
C C7
Pra mais nada me faltar
F C G
Que só me falta uma bonita morena
C
Pra mais nada me faltar

Calango da lacraia

Luiz Gonzaga
Tom: D
       D
Eu vou te contar um caso
A7
Você ri que se escangaia
A mulher do Zé Maria
D
Foi dançar, caiu a saia
Refrão:
Calangotango
A7
Que o calango da lacraia
Meu cabrito tá na corda
D
Meu cavalo tá na baia

( D A7)
Minha filha não se casa
Com homem que não trabaia
Trabaiadô quando é bom
Segunda-feira não faia
Refrão
( D A7)
No lugar que eu jogo bola
Não quero jogo de maia
Também quero ter direito
Você mesmo me atrapaia
Refrão
( D A7)
Desaforo de mineiro
É chamar nortista de traia
O nortista puxa faca
Mineiro puxa navaia
Refrão
( D A7)
Se não fosse a carnaúba
Não tinha chapéu de paia
O que eu não atolero
É desaforo de canaia
Refrão

Aproveita gente

Luiz Gonzaga
Tom: Dm
Intro:Dm-G-C-Am (4x)
     Am   Dm             G     C
Aproveita gente que o pagode é quente
Am Dm G C
É forró pra toda essa gente se espalhar
Am Dm G C
Êita, coisa boa! Êita, pessoá!
Am Dm G C
Hoje aqui a páia voa vamo gente aproveitar
G C
O resfunlengo desse fole não é mole
G
Todo mundo aqui se bole
C
Com o seu resfunlengar
E7 Am
E o sanfoneiro que não só faz resfunlengo
E7 Am
Quando sai do lengo-lengo bota pra improvisar
Improviso: G-C-G-C-E7-Am-E7-Am 

A vida do viajante

Luiz Gonzaga
Tom: F
 F             D7             Eb
Minha vida é andar por este país
F C7
Pra ver se um dia descanso feliz
F C7 F D7
Guardando recordações
Gm F#o Gm
Das terras onde passei
C7 F D7 Gm C7 F
Andando pelos sertões dos amigos que lá deixei.
Dm C/E Eb F
Chuva e sol, poeira e carvão
Dm C Bb F
Longe de casa sigo o roteiro
C7 F Gm7 C7 F
Mais uma estação e a saudade no coração!

Respeita Januário

Respeita Januário - Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira

G
Quando eu voltei lá no sertão
Eu quis mangar de Januário
D
Com meu fole prateado
Só de baixo, cento e vinte, botão preto bem juntinho
G
Como nêgo empareado
G7
Mas antes de fazer bonito de passagem por Granito
Foram logo me dizendo:
A D
"De Itaboca à Rancharia, de Salgueiro à Bodocó, Januário é o maior!"
E foi aí que me falou meio zangado o véi Jacó:
G A D
"Luíz" respeita Januário
G
"Luíz" respeita Januário
G7
"Luíz", tu pode ser famoso, mas teu pai é mais tinhoso
C
E com ele ninguém vai, "Luíz"
G D G
"Luíz", respeita os oito baixos do teu pai

Passo do pingüim

Passo do pingüim - Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira
Tom: C

    C
Pinguim nadou do pólo até o Cabo Frio

E de lá pro Rio
Dm7
Pra brincar o carnaval

Do calor pinguim nem deu sinal
G7
De casaco e peito duro
C
O pinguim é mesmo o tal
G
Pinguim!
Dm7 G C
Oi, olha o passo, o passo do pinguim, pinguim
Dm7 G C
Sacudindo os ombros vai devagarinho, assim
F C
E se o calor esquenta o fraque do pinguim
Dm7 G C
Ele pede um chope duplo e bebe tudo até o fim
G
Pinguim!

Acauã

Acauã (baião, 1952) - Zé Dantas
Luiz Gonzaga

Acauã, acauã vive cantando
Durante o tempo do verão
No silêncio das tardes agourando
Chamando a seca pro sertão
Chamando a seca pro sertão

Acauã, Acauã,
Teu canto é penoso e faz medo
Te cala acauã,
Que é pra chuva voltar cedo
Que é pra chuva voltar cedo


Toda noite no sertão
Canta o João Corta-Pau
A coruja, mãe da lua
A peitica e o bacurau

Na alegria do inverno
Canta sapo, gia e rã
Mas na tristeza da seca
Só se ouve acauã
Só se ouve acauã

Acauã, Acauã...

Vozes da seca

Vozes da seca (1953) - Zé Dantas e Luiz Gonzaga
Tom: G

C                  D7         F        G
Seu doutô os nordestino têm muita gratidão
F G F G
Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão
G7
Mas doutô uma esmola a um homem qui é são
A7 D G
Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão
C D F G
É por isso que pidimo proteção a vosmicê
F G F G
Home pur nóis escuído para as rédias do pudê
G7
Pois doutô dos vinte estado temos oito sem chovê
A7 G
Veja bem, quase a metade do Brasil tá sem cumê
C D F G
Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barrage
F G F G
Dê cumida a preço bom, não esqueça a açudage
G7
Livre assim nóis da ismola, que no fim dessa estiage
A7 D G
Lhe pagamo inté os juru sem gastar nossa corage
C D F G
Se o doutô fizer assim salva o povo do sertão
F G F G
Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação!
G7
Nunca mais nóis pensa em seca, vai dá tudo nesse chão
A7 D G
Como vê, nosso distino mecê tem na vossa mão

ABC do sertão

ABC do sertão (1953) - Zé Dantas e Luiz Gonzaga
Tom: Em
Em              F#m B7              Em
Lá no meu sertão pros caboclo lê
E7 Am B7 Em
Têm que aprender um outro ABC
E7 Am D7 G
O jota é ji, o éle é lê
Em Am B7
O ésse é si, mas o érre
Em
Tem nome de rê
F#m B7 Em
Até o ypsilon lá é pssilone
E7 Am B7 Em
O eme é mê, O ene é nê
E7 Am D7 G
O efe é fê, o gê chama-se guê
Em Am B7 Em
Na escola é engraçado ouvir-se tanto "ê"
B7 Em
A, bê, cê, dê,
B7 G
Fê, guê, lê, mê,
Am Em
Nê, pê, quê, rê,
B7 Em
Tê, vê e zê.

A volta da asa branca

A volta da asa branca (1950) - Zé Dantas e Luiz Gonzaga

Já faz três noites
Que pro Norte relampeia
A Asa Branca ouvindo
O ronco do trovão
Já bateu asas e
Voltou pro meu sertão
Ai ai eu vou-me embora
Vou cuidar da plantação

A seca fez eu desertar
Da minha terra
Mas felizmente Deus
Agora se "alembrou"
De mandar chuva
Pra esse sertão sofredor
Sertão das "muié séria"
Dos "home trabaiadô"


Rios correndo
As cachoeira tão zoando
Terra molhada,
Mato verde que riqueza
E a Asa Branca
Tarde canta que beleza
Ai ai o povo alegre
Mais alegre que a natureza
Sentindo a chuva

Me "arrecordo" de Rosinha
A linda flor do meu
Sertão pernambucano
E se a safra não
Atrapalhar meus planos
Que que há seu vigário
Vou casar no fim do ano

Xamego

Xamego (Vira e mexe, 1939) - Miguel Lima e Luiz Gonzaga


Carmen Costa

Intro : ( C  G ) 
              G               C
O xamego dá prazer, o xamego faz sofrer
G7 C
O xamego as vezes dói, as vezes não
G7 C
O xamego as vezes rói o coração
G C
Todo mundo quer saber o que é o xamego
G7 C
Ninguém sabe se ele é branco, se é mulato ou negro 2x
                   G                    C
Quem não sabe o que é xamego pede pra vovó
G7 C
Que já tem 70 anos e ainda quer xodó
G7 C
E reclama noite e dia por viver tão só 2x
           G                           C
Ai que xodó, ai que xamego, ai que chorinho bom
G7 C
Toca mais um bocadinho sem sair do tom
G7 C
Meu cumpade chega aqui, ai que xamego bom
G7 C
Ai que xamego bom, ai que xamego bom

Cifras e letras de Raul Torres

quinta-feira, 27 de julho de 2006

Cifras de músicas sertanejas


Outras páginas com músicas sertanejas: Luiz Gonzaga.

segunda-feira, 29 de maio de 2006

Cafezal em flor

Luiz Carlos Paraná
Regional ou Sertaneja, A música - Cascatinha e Inhana

Cafezal em flor - Luiz Carlos Paraná
Introd A7   D

A7                        D
Meu cafezal em flor, quanta flor meu cafezal
A7                        D
Meu cafezal em flor, quanta flor meu cafezal
A          D            A          D
Ai menina, meu amor, branca flor do cafezal
A          D            A          D
Ai menina, meu amor, branca flor do cafezal
A           G             D
Era florada, lindo véu de branca renda
A7                           D
Se estendeu sobre a fazenda, igual a um manto nupcial
A           G              D
E de mãos dadas fomos juntos pela estrada
A7                     D
Toda branca e pefumada, fina flor do cafezal
A7                        D
Meu cafezal em flor, quanta flor meu cafezal
A7                        D
Meu cafezal em flor, quanta flor meu cafezal
A          D            A          D
Ai menina, meu amor, branca flor do cafezal
A          D            A          D
Ai menina, meu amor, branca flor do cafezal
A           G            D
Passa-se a noite vem o sol ardente bruto
A7                      D
Morre a flor e nasce o fruto no lugar de cada flor
A              G             D
Passa-se o tempo em que a vida é todo encanto
A7                          D
Morre o amor e nasce o pranto, fruto amargo de uma dor
A7                        D
Meu cafezal em flor, quanta flor meu cafezal
A7                        D
Meu cafezal em flor, quanta flor meu cafezal
Introdução

Filho adotivo

Regional ou Sertaneja, A música

Filho adotivo - Artur Moreira e Sebastião F. da Silva
          D         Em             D
Com sacrificio eu criei meus sete filhos
A7 D
Do meu sangue eram seis
Bm Em
E um peguei com quase um mês
B7 Em
Fui viajante, fui roceiro, fui andante
A7
E pra alimentar meus filhos
D
Não comi pra mais de vez
Em D
Sete crianças, sete bocas inocentes
A7 D
Muito pobres mas contentes
Bm Em
Não deixei nada faltar
B7 Em
Foram crescendo, foi ficando mais difícil
A7
Trabalhei de sol a sol
D
Mas eles tinham que estudar
Em D
Meu sofrimento, ah!, meu Deus valeu a pena
A7 D
Quantas lágrimas chorei, mas tudo
Bm Em
Foi com muito amor
Sete diplomas, sendo
B7 Em
Seis muito importantes
A7
Que a custa de uma enxada
D D7
Conseguiram ser doutor
G A7 D
Hoje estou velho, meus cabelos branqueados
Bm G
O meu corpo está surrado
A7 D
Minhas mãos nem mexem mais
G A D
Uso bengala, sei que dou muito trabalho
Bm G
Sei que às vezes atrapalho
A7 D D7 G A7 D Bm G A7 D
Meus filhos até demais
D Em D
Passou o tempo e eu fiquei muito doente
A7 D
Hoje vivo num asilo
Bm Em
E só um filho vem me ver
B7
Esse meu filho, coitadinho
Em
Muito honesto
A7
Vive apenas do trabalho
D
Que arranjou para viver


Mas Deus é grande vai
Em D
Ouvir minhas preces
A7 D
Esse meu filho querido
Bm Em
Vai vencer, eu sei que vai
Faz muito tempo que
B7 Em
Não vejo os outros filhos
A7
Sei que eles estão bem
A/G D/F# D
Não precisam mais do pai
Em D
Um belo dia, me sentindo abandonado
A7 D
Ouvi uma voz bem do meu lado
Bm Em
Pai eu vim pra te buscar
Arrume as malas
B7 Em
Vem comigo pois venci
A7
Comprei casa e tenho esposa
A/G D/F# D
E o seu neto vai chegar
G A7 D
De alegria eu chorei e olhei pro céu
Bm Em A7 D7
Obrigado meu Senhor a recompensa já chegou
G A7 D
Meu Deus proteja os meus seis filhos queridos
Bm Em
Mas meu filho adotivo
A7 D
Que a este velho amparou

Meu cavalo zaino

Raul Torres
Regional ou Sertaneja, A música

Meu cavalo zaino - Raul Torres

A 
Eu tenho um cavalo zaino, 
        E 
que na raia é corredor. 
A 
Ja correu quinze carreiras, 
        E 
todas quinze ele ganhou. 
A 
Eu solto na quadrimeira, 
        D      
meu zaino vem no galope. 
A 
Chega três corpos na frente, 
        D 
nunca precisa chicote. 
 
(refrão) 
A 
Ooooi, 
E 
que cavalo bom. 
A 
Ooooi, 
E 
que cavalo bom. 
 
A 
Eu tenho um cavalo zaino, 
           E    
que na raia é corredor. 
A 
Ja correu quinze carreiras, 
           E   
todas quinze ele ganhou. 
A 
Quiseram comprar meu zaino 
           D 
por trinta notas de cem. 
A 
Não há dinheiro que pague 
           D    
o macho que eu quero bem. 
 
(refrão) 
A 
Eu tenho um cavalo zaino, 
           E 
que na raia é corredor. 
A 
Ja correu quinze carreiras, 
           E 
todas quinze ele ganhou. 
A 
Um dia roubaram meu zaino, 
     D 
fiquei sem meu paranheiro. 
A 
Meu zaino na mão de outro, 
     D 
nunca mais chega primeiro. 

Couro de boi

Regional ou Sertaneja, A música
(intro 2x) C D Bm Em Am D G

(declamado - sobre intro)
Conheço um velho ditado, que é do tempo dos agáis.
Diz que um pai trata dez filhos, dez filhos não trata um pai.
Sentindo o peso dos anos sem poder mais trabalhar,
o velho, peão estradeiro, com seu filho foi morar.
O rapaz era casado e a mulher deu de implicar.
"Você manda o velho embora, se não quiser que eu vá".
E o rapaz, de coração duro, com o velhinho foi falar:
G D G
Para o senhor se mudar, meu pai eu vim lhe pedir
G D G
Hoje aqui da minha casa o senhor tem que sair
C G
Leve este couro de boi que eu acabei de curtir
D G
Pra lhe servir de coberta aonde o senhor dormir

( C D Bm Em Am D G )

G D G
O pobre velho, calado, pegou o couro e saiu
G D G
Seu neto de oito anos que aquela cena assistiu
C G
Correu atrás do avô, seu paletó sacudiu
D G
Metade daquele couro, chorando ele pediu

( C D Bm Em Am D G )

G D G
O velhinho, comovido, pra não ver o neto chorando.
G D G
Partiu o couro no meio e pro netinho foi dando
C G
O menino chegou em casa, seu pai foi lhe perguntando.
D G
Pra quê você quer este couro que seu avô ia levando

( C D Bm Em Am D G )

G D G
Disse o menino ao pai: um dia vou me casar
G D G
O senhor vai ficar velho e comigo vem morar
C G
Pode ser que aconteça de nós não se combinar
D G
Essa metade do couro vai dar pro senhor levar

Vendi os bois

Regional ou Sertaneja, A música
Int.  C  G7  C  G7

C
Vendi os bois

O filho nosso vai casar
G
É feriado hoje e a roça vai parar
C
Vem cá depois

Preciso mandar ver peru
G
Rosa vai ver se os dois prefere um tatu
C
Hei! Sela meu burro Zé
F
Vai convidar peão
C G
Trás da cidade um pano pra mulher
C
Hei! Rosa olha o peão
F
Põe caldo no feijão
C G
Faz da maneira que o pai dela quer
C
Vendi os bois

O filho agora vai casar
G
Vai ser a melhor festa que eu dei no lugar
C
Vem cá depois

Preciso mandar ver melão
G
Rosa vai ver se o doce é melhor de mamão
C
Hei! Sela meu burro Zé
F
Vai convidar peão
C G
Trás da cidade um pano pra mulher
C
Hei! Rosa vai convidar peão
F
Põe caldo no feijão
C G
Faz da maneira que o pai dela quer

G7 C
Vendi os bois ( 5 x)

Panela velha

Regional ou Sertaneja, A música
Tom: A
Intro: A7 D A E A - 2 X

        A                       E
Tô de namoro com uma moça solteirona,
A
a bonitona quer ser minha patroa, os
E
meus parentes já estão me criticando estão falando
A A7 D
que ela é muito coroa, ela é madura já

tem mais de trinta anos mais para mim o
A
que importa é a pessoa,
A E
não interessa se ela é coroa
A
panela velha é que faz comida boa.

A7 D A E A - 2 X

A E
Menina nova é muito bom mais mete medo não
A
tem segredo e vive falando a toa eu
E
só confio em mulher com mais de trinta,
A A7 D
sendo distinta a gente ela perdoa, para o capricho

pode ser de qualquer raça, ser africana, italiana
A A E
ou alemoa, não interessa se ela é coroa
A
panela velha é que faz comida boa


A7 D A E A - 2 X

A E
A nossa vida começa aos quarenta anos,
A
nasce os planos do futuro da pessoa,
E
quem casa cedo logo fica separado,
A
porque a vida de casado as vezes enjoa,
A7 D
dona de casa
tem que ser mulher madura,
A
porque ao contrário o problema se amontoa,
A E
não interessa se ela é coroa
A
panela velha é que faz comida boa


A7 D A E A - 2 X

A E
Vou me casar para ganhar o seu carinho,
A
viver sozinho a gente desacossoa e o
E
gaúcho sem mulher não vale nada e quenem
A A7 D
peixe viver fora da lagoa, to resolvido vou

contrariar meus parentes
A
aquela gente que vive falando a toa,
A E
não interessa se ela é coroa
A
panela velha é que faz comida boa

Escolta de vagalumes

Regional ou Sertaneja, A música

Escolta de vagalumes - Luiz Carlos Garcia e Zezety
Tom: A
Intro: (A) Bm E7 A D E7 A


   A              E7          F#m A7  
Voltando pra minha terra eu renasci
D A7 D
Nos anos que fiquei distante acho que morri
E7 D A
Morri de saudade dos pais irmãos e companheiros
E7
Ao cair da tarde no velho terreiro
D A
Agente cantava as mais lindas canções
E7 D A
Viola afinada e na voz dueto perfeito
E7
Lá eu não cantava doia meu peito
D E7 A
Na cidade grande só tive ilusões

REFRÃO

       E           E7          F#m
Mas voltei, mas voltei, eu voltei
E7 D A
E ao passar na porteira a mata o perfume
E7
Eu fui escoltado pelos vagalumes
D A
Pois era uma linda noite de luar

       E7                     F#m
Mas chorei, mas chorei, eu chorei
E7 D A
Ao ver meus pais meus irmãos vindo ao meu encontro
E7
A felicidade misturou meu pranto
(D) (E7) A
Com o orvalho da noite deste meu lugar

Introdução: (A)  Bm E7 A A7 D E7 A

   A             E7                F#m   A7
Ganhei dinheiro lá fora mas foi tudo em vão
D A7 D
A natureza é meu mundo, eu sou o sertão
E7 D A
Correr pelos campos floridos feito um menino
E7
Esquecer as magoas e os desatinos
D A
Que a vida lá fora me proporcionou
E7 D A
Ouvir sabiá cantando e a juriti
E7
E a felicidade de um bem-ti-vi
(D) (E7) A
Que parece dizer meu amigo voltou