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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

José Fortuna

Zé Fortuna
Zé Fortuna (José Fortuna), compositor e cantor, (Itápolis SP ?/1923-São Paulo SP 10/11/1993), compôs sua primeira música, Quinze a sete, aos 11 anos de idade, em homenagem à vitória de seu time de futebol.

A primeira composição gravada foi Moda das flores, em 1944, na Victor, interpretada pelo trio Os Três Batutas do Sertão, formado por Raul Torres, Florêncio e Rielli. No ano seguinte, o mesmo trio gravou outra composição sua, Moda de oito cores.

Em 1947, formou com seu irmão Euclides Fortuna (Itápolis 1928-) a dupla Zé Fortuna e Pitangueira. Vieram então para São Paulo, fazendo amizade com o sanfoneiro Juventus Merenda, com quem formaram um trio, no qual Merenda permaneceu pouco tempo. Com a saída de Merenda e a entrada do acordeonista Coqueirinho, adotaram o nome de Os Maracanãs, trio que atuou na Rádio São Paulo, passando em 1948 para a Rádio Record.

No ano seguinte, a dupla estreou em disco, gravando na Elite Lágrimas de mãe e o corrido Rancheiro triste (sua autoria). Em 1950 saiu pela Mocambo seu primeiro LP, destacando-se Lágrimas de mãe.

Em 1953, a dupla passou para a Rádio Piratininga. Com a acordeonista Rosinha, o trio Os Maracanãs teve grande destaque no programa Terra, Sempre Terra, atuando em várias estações, entre as quais as rádios Bandeirantes (1958), Tupi (1962), Nove de Julho (1964) e Nacional (1965), firmando nesta última seu prestígio, com a entrada do sanfoneiro Zé do Fole, e aí permanecendo até 1973.

Quando da inauguração de Brasília, em 1960, sua música Sob o céu de Brasília foi eleita hino inaugural da cidade.

Em 1968, a dupla lançou, pela Chantecler, Zé Fortuna e Pitangueira - O sol e a lua, e, em 1972, pela CBS, a toada Beijo da morte (com Osvaldo Audi) e Selo de sangue (da dupla), além das composições cômicas Corre-corre e Moça gorda (marcha), de sua autoria, sendo dessa gravadora o maior sucesso da dupla, Paineira velha (sua autoria). No ano seguinte, transferiram-se para a Rádio Record, acompanhados pelo sanfoneiro Castelinho, indo para a Rádio Gazeta dois anos depois.

Em 1973 lançaram dois LPs, um pela etiqueta Inspiração, com a valsa Retalhos de amor (sua autoria) e A venda do Serafim (da dupla), e outro pela Chantecler, destacando-se Mais um fio só e O trenzinho da vida (ambas de sua autoria).

Gravaram ainda obras românticas e sentimentais na Continental, como Três batidas na porteira (da dupla), e o cateretê A cruz da salvação e a guarânia Lembrança (ambas de sua autoria), esta considerada sua mais bela composição.

Outros sucessos seus foram as guarânias Índia, gravada originalmente por Cascatinha e Inhana, Anahy, Solidão e Minha terra distante. Com Paraíso, um de seus principais parceiros, compôs O ipê e o prisioneiro, Avenida boiadeira, Atalho e Raízes do amor, entre outras.

Autor de 42 peças teatrais, montou a Companhia Teatral Maracanã, com a qual percorreu inúmeras cidades do Brasil e da América do Sul, interpretando suas criações. Também publicou livretos de cordel e livretos com suas letras. Encerrou a companhia de teatro em 1975, e, a partir desse ano, passou a compor em parceria com Carlos César e a participar dos festivais de música da Rádio Record, vencendo em 1979, com Riozinho, e, em 1981, com O vai e vem do carreiro.

Em 1979, a Secretaria do Trabalho do Estado de São Paulo oficializou o Hino do trabalhador brasileiro (com Carlos César). Foi radialista durante toda a vida artística, tendo apresentado seu Programa José Fortuna em quase todas as rádios de São Paulo.

Foi regravado por inúmeros intérpretes, entre os quais Maria Betânia, Gal Costa, Caetano Veloso, Nara Leão, Ângela Maria, Tonico e Tinoco, Milionário e José Rico, Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo. Compôs e gravou cerca de 2 mil músicas, deixando cerca de outras 900 inéditas.

CD

Zé Fortuna e Pitangueira, 1994, Continental 997338-2.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Flor da Serra e Pinheiral


Flor da Serra e Pinheiral - Dupla sertaneja formada por Valdemar Banhos, o Flor da Serra (Alfenas MG 1934—), e Gumercindo Nogueira Galvão, o Pinheral (Ipuiúna MG 1934—Poços de Caldas MG 1994).

A dupla encaminhou-se para a profissionalização e 1958, por ocasião das eliminatórias do torneio Roda de Violeiros, na Rádio Cultura de Poços de Caldas MG estreando em disco em 1960, na Chantecler, com Drama da vida (Flor da Serra e Benedito Seviero) e Sabiá graúna (Pinheiral e Moreno). 

No ano seguinte, a dupla lançou pela mesma gravadora Abraçando a taça (Flor da Serra e José Russo) e Relógio velho (Pinheiral e Paladino), cantando então na Rádio Nacional de São Paulo SP. 

Seu primeiro LP, de 1962, sempre pela Chantecler, incluia Bênção de mãe (Flor da Serra), Quinze de novembro (Pinheiral e Biguá), Rodeio de Patos de Minas (Teddy Vieira e Pinheiral) e a regravação de Drama da vida, seu grande sucesso em 78 rpm. Nesse mesmo ano a dupla lançou um segundo LP, no qual se destacava, além da regravação de Relógio velho, Eterno apaixonado (Mário Borges e Borandi). 

Em 1967 alcançou sucesso com novo LP, incluindo Está na cara (Augusto Toscano e Flor da Serra), que deu título ao disco, e ainda Viver de saudade (Flor da Serra), O circo chegou (Augusto Toscano) e Triângulo amoroso (Jorge Paulo e Nilo). 

Além da Rádio Nacional, de São Paulo, a dupla atuou na Rádio Record e na Nove de Julho, apresentando-se ainda no programa Canta Viola, na TV Record, de São Paulo, e também nas TVs Tupi e Bandeirantes. 

A dupla separou-se em 1972, após a gravação do LP Amor de estudante, pela Polygram. 

Em 1976 Flor da Serra gravou o LP Mineiro do pé quente, em dupla com Belmiro, destacando-se a faixa- título de Lourival dos Santos e Tião Carreiro. Formando outra dupla com Santarém, Flor da Serra gravou em 1976 um LP com Franca de boiadeiro (Flor da Serra e Dorival), Quarto de pensão (Flor da Serra e Benedito Seviero) e Guarda-roupa vazio (Flor da Serra) e, em 1982, o LP Flor da Serra e Santarém, com destaque para a música Maldito divórcio (Flor da Serra e Jean de Carvalho). 

Flor da Serra continuou sua carreira como compositor — fornecendo músicas para várias duplas —, cantor, repentista e apresentador da dupla Tião Carreiro e Pardinho. Foi produtor musical do programa Rincão brasileiro, da TV Bandeirantes, de 1983 a 1988. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Conde e Drácula



A música sertaneja de raiz é algo assim como "samba de raiz", preserva aquele jeitinho de se tocar e cantar com o coração, como se fazia no princípio, valorizando principalmente a originalidade de quem a interpreta.

Em 1976, na penumbra de um castelo lá na Transilvânia, a música sertaneja ganhou mais um segmento (in) feliz com a dupla "Conde e Drácula": a música sertaneja gótica ou MSG. Com mil morcegos alienados, dirão vós!: Como dormir com essa ameaça que vai consumir a raça humana com tanta breguice?

Mas pensando bem, com tanta música ridícula que a Rede Blobo dá chance, com suas chuchas e outras cabrochas que adoram baixinhos ... sei lá... acho que vale a pena a gente pelo menos rir um pouco. 

Segundo um conhecedor da dupla e infeliz ouvinte: da época: "a pior é a parte: 'o menino foi pra escola do Mobral'. Essa dupla era a coisa mais medonha da música sertaneja. Até digo que graças à Deus não fizeram sucesso, a música sertaneja não merecia essa coisa gótica. Mas que a música é tenebrosa é. Mas o negócio descambou de vez na parte que o menino foi pra escola do Mobral".

Testemunhas tentam defender a dupla vampírica do sertão: "Oi, sou testemunha ocular dessa dupla, aliás parente muito próximo dos mesmos. Drácula faleceu em dezembro de 1999 (infelizmente não emplacou o novo milênio). 

O Conde, que hoje é médico oftomologista, mora no interior da Bahia em Vitória da Conquista". Uuuiii....! (na verdade escrevi "uuuiii" porque ando com meu dente molar  me incomodando... nada contra essa adorável dupla gótica. Mas é assim que marco algo em alguma publicação) .

O primeiro playlist sertanejo gótico



Veja também: Romance de uma caveira.

Levino Ferreira

Levino Ferreira (Levino Ferreira da Silva), compositor e instrumentista, nasceu em Bom Jardim, PE, em 2/12/1890, e faleceu no Recife, PE, em 9/1/1970. Criado em Bom Jardim, onde fez o curso primário, iniciou-se em música com Pompeu Ferreira, mestre da Banda Vinte e Dois de Setembro.

Aos oito anos de idade, já integrava a banda, tocando trompa, e logo aprendeu a executar outros instrumentos de sopro, começando também a compor.

Em 1910, conhecido na região como exímio instrumentista, transferiu-se para Queimadas (hoje Orobó PE), como mestre da banda local. Mais tarde regressou a Bom Jardim, desempenhando com grande sucesso as funções de mestre da Banda Vinte e Dois de Setembro, o que lhe valeu muitos convites para organizar e dirigir bandas em localidades vizinhas. Nesse período, compôs suas primeiras músicas carnavalescas, ainda sem as influências do frevo, que conheceria somente em 1919, em Recife PE.

Durante vários anos, até 1935, percorreu a região a cavalo, apresentando-se em festas e dirigindo bandas, entre as quais a Independência, da cidade de Limoeiro PE.

Por volta de 1930 sua música já era ouvida em Recife, onde suas valsas eram editadas pela Casa de Música Azevedo Júnior.

Em 1935 a Orquestra Odeon gravou seu frevo Satanás na onda, que venceu o concurso de frevos de Recife. A convite do compositor Zumba (José Gonçalves Júnior), transferiu-se então definitivamente para a capital pernambucana. Passou a ser conhecido como Mestre Vivo, e suas composições eram cantadas por todos os blocos e clubes carnavalescos da cidade. Para o Carnaval de 1937 a Orquestra Diabos do Céu gravou na Victor seu frevo Diabinho de saia.

Teve grande atuação nas rádios recifenses, participando de várias orquestras e bandas: na Grande Orquestra PRA-8, da Rádio Clube de Pernambuco, tocava clarineta, saxofone, trombone de vara e pistom. Como saxofonista e trompetista, integrou o conjunto Ladário Teixeira, criado pelo músico Felinho.

Em 1951 ingressou na Rádio Tamandaré, atuando como chefe de orquestras e conjuntos. Já perto da aposentadoria, foi convidado pelo maestro Vicente Fittipaldi para fazer parte da Orquestra Sinfônica de Recife, tornando-se famoso como solista de fagote.

Em 1964 recebeu diploma do 1 Congresso de Frevo, realizado em Volta Redonda RJ. Em promoção da prefeitura de Recife e da Empresa Metropolitana de Turismo, foi criado em 1970 o Troféu Levino Ferreira, destinado a homenagear os clubes sociais de Recife.

Em 1971 foi homenageado postumamente com a medalha do mérito Cidade de Recife. Compôs ainda valsas, dobrados, maracatus, choros e música sacra. Seu poema sinfônico Cavalo marinho foi executado na França e na Inglaterra.

Obra

Alegria de Pompéia, frevo, 1955; Amália no frevo, frevo, 1960; A cobra está fumando, frevo, 1945; Comendo fogo, frevo, 1959; Diabinho de saia, frevo, 1938; Diabo solto, frevo, 1937; Lágrima de folião, frevo, s.d.; Mexe com tudo, frevo, 1941; Não adianta chorar, frevo, s.d.; Papa fila, frevo, s.d.; Retalhos de saudade, frevo, s.d.; Satanás na onda, frevo, 1935; Última troça, frevo, 1961; Último dia, frevo, 1951; Vassourinhas está no Rio, frevo, 1950.

Everaldo Ferraz


Everaldo Ferraz (Everaldo Ferraz Grama), compositor e cantor, nasceu em Belo Campo, BA, em 27/7/1937. Passou a infância na cidade mineira de Almenara, onde começou a compor e cantar em festas.

Mudando para São Paulo SP, trabalhou como vendedor e auxiliar de escritório e à noite como cantor em churrascarias.

Em 1970 teve sua primeira música gravada, Tuas lágrimas (com Serafim Costa de Almeida), na voz de Cláudio de Barros, na Chantecler. No ano seguinte, estreou em disco como cantor, gravando a faixa Lágrimas de flor (Michel Butnariu e Piquerobi — Madalena Maria Pires), no LP Aquarela sertaneja, de vários intérpretes, pela Premier (RGE).

Show do Meio-Dia, Canal 5, S. Paulo
Em 1973, o cantor Teddy Jones lançou em selo Tropicana Cavalgando pelos campos e Eu me comparo a Jesus. Em dois LPs gravados pela dupla Caçula e Marinheiro as músicas-título são de sua autoria e Piquerobi, Caminho do céu (1973) e Eu me comparo a Jesus (1974), ambas lançadas com sucesso pela Continental.

Também nos LPs O menino de Ouro Fino (1974) e Santa mãezinha (1975), da dupla Gilberto e Gilmar, pela Continental, as músicas-titulo são de sua autoria, em parceria com Martins Neto e Nelson Gomes, respectivamente.

Além de outras músicas suas incluídas nesses discos, teve composições gravadas por vários intérpretes, como o Duo Ciriema, Nhá Barbina, José Lopes, Roberto Nunes e outros.

Um de seus maiores sucessos foi Pedras e lixo (com Piquerobi), gravada por Waldick Soriano, Tibaji e Amaraí, Ademar Silva, Trio lndaiá e Soberano e Montanhês. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha - 2a. Edição - 1998.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Duo Glacial


Duo Glacial - Dupla sertaneja formada pelos irmãos Miguel Cerván Vidal (Mirassol SP 1936—) e Ana Cerván Vidal (Mirassol 1940—).

Estrearam na Rádio Cultura de Araraquara SP em 1955 e, no ano seguinte, foram para São Paulo SP, onde durante três anos se dedicaram a atividades artísticas. Mais tarde foram convidados para atuar na Rádio Emissora de Piratininga, sob o nome de Irmãos Cerván, adotando em 1959 o de Duo Glacial.

Em São Paulo, atuaram também nas rádios Tupi, Nove de Julho e Nacional, apresentando-se também em circos. Ainda em 1959 o duo gravou o primeiro LP, na Copacabana, com várias composições de sucesso, como a faixa-titulo Reconciliação (Zé do Rancho e Ado Benatti), a guarânia Lembrança (Zé Fortuna), Canção do trolinho (Hervé Cordovil) e Guarânia da lua nova (Luís Vieira).

No ano seguinte, a dupla gravou o segundo LP, em que foi regravada Orgulho, entre outras músicas de sucesso, e em 1967 participou do I Festival de Música Sertaneja, promovido pela Rádio Nacional, de São Paulo, obtendo grande êxito com a premiada Poeira (toada de Serafim Colombo Gomes e Luis Bonan). No mesmo ano, o duo lançou o terceiro LP, pela Chantecler, em que a faixa-título é Poeira, também destacando-se os sucessos Destinos iguais (Capitão Furtado e Laureano), Por quê? (Zé Fortuna) e Retreta (Anésia M. Duarte e Sérgio M. Cruz).

Ainda em 1967 o duo gravou Amor distante, música do Capitão Furtado que deu título a seu novo LP e que foi grande sucesso ao lado da consagrada Meu trolinho (Francisco Lacerda e Ricarda Jardim).

Dois anos depois, lançou o quarto LP pela Chantecler, obtendo expressivo êxito com a moda-de- viola Lenço perdido (Alves de Lima), destacando-se ainda a guarânia Vai chorando, coração (Ana Marilda Pires e Brás Bacarin) e Biquinha de água limpa (Márcia Boter Martinez e Wilson Arrighi), estas últimas também apresentadas pelo duo no filme Sertão em festa (direção de Osvaldo de Oliveira).

Em 1974, Ana saiu da dupla e foi substituida por Mariazinha (Maria Vieira da Silva Rauru SP 1939—). O duo manteve o mesmo nome e gravou em 1975 Eterna lembrança; em 1976, Lágrimas de sangue, destaque para a música- titulo (Lourival dos Santos e Jorival dos Santos); em 1977, Encontrei quem eu queria, destaque para a música-título (Lourival dos Santos e Tião Carreiro) e O rancho grande (Zé Fortuna); e em 1979, Resto de vida, todos pela Continental.

A dupla continuou atuando e fazendo shows até 1983, quando Mariazinha saiu e Ana voltou. Lançaram então os LPs Duo Glacial, vols. 1, 2 e 3, pela Continental (1984, 1986 e 1989) e, em 1993, um LP com destaque para Longe de nós (Alexandre Jotha e Jotha Luís) e Poeira (Serafim Colombo e Luís Bonan).

Em 1995 regravaram várias músicas de destaque em um CD pela MM, como Diga que sim (Paulo Cerván e Carlinhos Rios). Em 1996 saiu o CD de regravações Poeira, pela Warner, destacando Lenço perdido (Alves Lima).

Em 1997, na Globo Gravações, gravaram o CD Camisa branca, destacando a regravação de O estudante e o lixeiro (Manuel Moreno e Miguel Vidal). No mesmo ano, o duo participou de um CD misto, Espora batida, em que canta duas músicas, destacando-se a inédita Bancária dos olhos lindos (Miltinho Rodrigues).

Em dezembro de 2006, foram atração na festa comemorativa do centenário do compositor Raul Torres, realizada pela prefeitura de Botucatu, SP.

Em 2007, apresentaram-se, entre outros ícones da musica sertaneja tradicional, na edição-homenagem a Raul Torres, do programa Viola, minha viola, apresentado na TV Cultura de São Paulo, pela cantora e pesquisadora Inezita Barroso. Na ocasião, interpretaram Perto do coração, de Raul Torres e João Pacífico e Cabocla Teresa, da mesma dupla.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Zé Cupido

Zé Cupido
Zé Cupido (José Idelmiro Cupido), compositor e instrumentista, nasceu em Taubaté, SP, em 18/12/1936. Nascido no distrito de Quiririm, criança ainda revelou talento musical, tocando gaita-de-boca e sanfona de dois baixos.

Era atração nas festas de igreja e quermesses, tendo-se até apresentado como sanfoneiro para Cascatinha e Inhana, no Circo Estrela Dalva.

Foi para São Paulo SP em 1952, logo se tornando popular. Atuou em programas da Rádio Piratininga e, no ano seguinte, era uma das atrações do programa Sanfonas e Sanfoneiros, dessa emissora. Levado por Arlindo Pinto para a Copacabana, foi apresentado a Anacleto Rosas Júnior, diretor da programação de música sertaneja da gravadora, e em 1958 lançou seu primeiro disco, a polquinha Meu prazer (Arlindo Pinto e Anacleto Rosas Júnior).

Passou então a fazer acompanhamentos em gravações de diversos gêneros musicais, lançando também discos como solista, em que tocava todos os tipos de sanfonas e harmônicas.

Em 1964 gravou o primeiro LP, Tiro e queda, na Chantecler, já como Zé Cupido. Em 1965 gravou um LP solo instrumental com músicas inéditas pela CES, com o título Zé Cupido pelos quatro cantos do Brasil, em que se destacou a toada Sertão da minha terra (Jorge Paulo). No mesmo ano, gravou o LP Viajando pelo Brasil, também pela CBS, com destaque para a quadrilha Ao pé do fogo, composição própria. 

Nove anos depois lançou pela etiqueta Tropicana, da CBS, outro LP com composições de sua autoria, tendo como parceiros Arlindo Pinto, Capitão Furtado e Roberto Stanganelli. Em 1978 gravou pela Chantecter 3 LPs com o pseudônimo de Chico Manguaça, contendo músicas inéditas e regravações. 

Em 1979 gravou um LP pela Cartaz/Sabiá, com arranjos de clássicos como Brasileirinho (Waldir Azevedo) e Tico-tico no fubá (Zequinha de Abreu). 

Posteriormente, continuou participando de shows e fazendo acompanhamento de gravações de artistas como Tonico e Tinoco e Teixeirinha

Em 1997 lançou dois CDs pela gravadora Arlequim: Mercado de São José, com destaque para Não existe pecado ao sul do Equador (Chico Buarque) e a inédita Quadrilha (Jorge Melo); e Cangaceiro — cabra macho, destacando as composições próprias No coração do Brasil e Baile na colônia

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publi Folha - 2a. Edição - 1998. 

domingo, 19 de dezembro de 2010

Craveiro e Cravinho

Craveiro e Cravinho
Craveiro e Cravinho - Dupla sertaneja formada pelos irmãos Sebastião Franco, o Craveiro (Pederneiras SP 1931—), e João Franco, o Cravinho (Pederneiras 1939—).

Ainda crianças, cantavam com os pais em festas nas fazendas da região. Por volta de 1948, formaram uma dupla, e em 1958, já morando em Piracicaba SP, ingressaram na Rádio Difusora, na qual permaneceram até 1976.

Contratados pela gravadora Chanteder em 1962, realizaram nesse mesmo ano sua primeira gravação, um disco em 78 rpm com Mata deserta (Craveiro e Cravinho) e Ponta de faca (Nhô Serra e Craveiro).

Entre seus LPs destacam-se: Rei da festa, 1967, Chantecler, com a faixa-titulo (José A. Franco e Craveiro) e Casa de Mané Pedro (Piradi); Venci o perigo no gatilho, 1970, Chantecler, contendo Pobre vida (Dino Franco) e Juramento (Dino Franco e Sebastião Victor); Mais uma noite que durmo só, 1977, Chantecler, incluindo Mestiça arisca de laço (Dr. Alves de Lima e Dino Franco), Meus quinze anos (Cravinho e Zezito) e Passos na calçada (Dino Franco); Gente que ouve a gente, 1978, Chantecler, com Barra pesada (José Davi Vieira, Zeca e Vicente P. Mecha) e A força da inocência (Dino Franco e Osvaldo de Andrade). 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Luiz Coronel

Luiz Coronel
Luiz Coronel (Luiz de Martino Coronel), compositor e poeta, nasceu em Bagé, RS, em 16/7/1938. Em 1965 participou do I Festival de Música Regionalista, em Porto Alegre RS, com a música Terra, sol e mar (parceria com Haroldo Magi).

Em 1971, na Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana RS, obteve o segundo lugar com Gaudêncio 7 Luas (com Marco Aurélio) e, em 1973, ganhou a Calhandra de Ouro, prêmio máximo do evento, com Canto de morte de Gaudêncio 7 Luas (com M. A. Vasconcelos). 

Em 1976, sua música Cordas de espinhos (com Marco Aurélio) ganhou o prêmio de projeção folclórica, no mesmo festival, e foi gravada por Fafá de Belém no mesmo ano.

Recebeu prêmios em outros festivais, como a Ciranda, pelas composições Pilchas, Gauchônia e Remembrança, entre outras, e o Festival Reponte da Canção de São Lourenço RS, pelas músicas O campo não sonha, floresce e O pai, ambas em parceria com Lenín Núñez. 

Além de trabalhar como publicitário, tem vários livros de poesia publicados, entre eles Mundaréu (Prêmio Nacional de Poesia, MEC, 1973), Os cavalos do tempo e Pirâmide noturna

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha - 2a. Edição  - 1998.

Compadre Moreira



Compadre Moreira (Valdemar Moreira), cantor, compositor e humorista, nasceu em Cândido Mota, SP, em 4/1/1933. Contando piadas e cantando, recebeu aos sete anos, em Cornélio Procópio PR, seu primeiro convite para formar uma dupla sertaneja.

Com Jesus Carmona, seu primeiro parceiro, constituiu mais tarde uma dupla contratada pelo circo Nhô Fio, em que permaneceu por dois anos. Em Assis SP, trabalhou com o companheiro na Rádio Difusora até 1944, ano em que os dois foram convidados para se apresentarem na Rádio Bandeirantes, de São Paulo SP.

Seis anos mais tarde, conheceu Adelaide, com quem casou. Formaram o trio Moreira, Fio e Adelaide, sendo ela a princípio acordeonista, depois parceira em diálogos cômicos.

Ele e Adelaide foram se firmando e, em 1967, lançaram pela Chantecler um LP de piadas e canto, incluindo a composição de maior sucesso do cantor, A canção do passarinho.

Dois anos mais tarde gravaram novo disco com Dança comprida (Francisco Lacerda e Ricarda Jardim), O caloteiro (com Luís de Castro) e o solo de Adelaide Minissaia do sertão.

Em 1970, sempre pela Chantecler, lançou no LP O rei dos xerifes, um de seus números preferidos, Eu só sei fazer pelota (com Zé Matuto); o disco incluiu ainda um solo de Adelaide, Queimadinha (de sua autoria).

No ano seguinte gravou o disco O xerife da pistola de ouro, com músicas e alguns números cômicos, seguido de outro em 1972, com Santa crioula da pensão (Edward Di Marchi) e Xote das formigas (Sidney Wyss Barreto).

Viajando com seu circo pelos Estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso, atuou também em programas da TV Record e da TV Gazeta, de São Paulo. Ainda em 1972, recebeu convite da Rádio Globo, do Rio de Janeiro, para atuar ao lado de Edgar de Sousa e Carlos Alberto no programa Linha Sertaneja.

Em 1974 gravou o LP Bang-bang do outro mundo, reunião de músicas de terror, brigas de defuntos etc., incluindo o sucesso A cartilha musical (com Nhô Pai).

Lançou pela Chantecler, em 1975, o LP O Rei do riso vol. 3, coletânea de piadas e músicas, e, em 1977, LP com as músicas Segura o bode e Não quero morrer encalhado (ambas com Zé Bétio), entre outras.

Em 1979 passou para a gravadora Globo, lançando o LP Um jeca na discoteca, com destaque para Zé Preguiça, personagem que interpretou no filme Chumbo quente (1977), de Cleri Cunha.

Em 1981, na Tocantins, gravou um compacto com as músicas Meu sabiá e Égua preta (Atílio Versati e Jeca Mineiro) e Meu berro (sua autoria).

Em 1985 seus filhos Edson e Adelson compraram um circo — o Internacional Granero Circus — e ele abandonou o rádio. Em 1995 mudou-se para Curitiba PR, onde reside.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998.

Chrystian e Ralf



Chrystian e Ralf - Dupla sertaneja formada pelos irmãos José Pereira da Silva (Goiânia GO 1956—) e Ralf Richardson da Silva (Goiânia  GO 1960—).

O primeiro disco da dupla saiu em 1971, um compacto da RCA com o nome Os pássaros, em que cantavam uma versão do sucesso pop espanhol Un rayo de sol.

Em 1973 Chrystian entrou num plano de vendas da gravadora Top Tape que lhe valeu enorme sucesso mas nenhum estrelato (e também nenhum dinheiro).

Ralf também gravou muitas dessas músicas em inglês, sob vários nomes (inclusive em dupla como irmão, Charles & Ralf), até que no início da década de 1980, resolveram se assumir como pop-sertanejos, na RGE (para a qual gravavam em inglês desde cerca de 1975), chegando a merecer o primeiro CD sertanejo a ser gravado, a coletânea Convite para ouvir Chrystian & Ralf, RGE, 1988.

Em 1990 foram para a Chantecler, colecionando sucessos como a rancheira Vida dividida (Roberta Miranda), além de reviver em seus discos alguns clássicos de raiz como a catira Ladrão de mulher (Vieira eVieirinha) e Ferreirinha (Carreirinho).

Em 1995, completando 11 anos de carreira, já tinham recebido dez discos de ouro, cinco de platina e um de diamante. Ainda nesse ano, lançaram o disco Prazer por prazer, pela Continental, que traz a faixa-título assinada por Carlos Randall e Danimar, além de Desejo de amar (Barriga e Chrystian), Esse amor que me mata (César Augusto e Piska), Em busca de mim, Machucando o coração (ambas de Domiciano e Rio Negro), Na luz deste sol (Let’s get together, dos Youngbloods, versão de Serginho Sá) e Inspiração cabocla (Marcix Fátima Romero), com participação do violoncelista Jacques Morelembaum, entre outras.

O ano de 1997 ficou marcado como o da consagração da dupla com o lançamento do disco da Continental Sozinho em Nova York, graças a Minha Gioconda (Vicente Celestino) — participação de Agnaldo Rayol e da Orquestra Sinfônica de São Paulo —, incluída na trilha sonora da novela O rei do gado, da TV Globo.

O disco abre com No mesmo olhar (folclore francês adaptado por Apollo Washington), contendo ainda De cara cheia (Domiciano e Rio Negro), Por aí sem você e Solidão no seu lugar (ambas de Carlos Randall e Danimar), É só dizer o preço (César Augusto e Piska), Loucura final (Deuslene O. Carrijo e Roxim de Goiás) e a faixa-título de Chrystian, Ralf e Reinaldo Barriga, entre outras.

Em 1999, lançaram o CD Estação Paraíso. Em 2000, Chrystian e Ralf tiveram duas gravações: Olhos de luar do compositor Carlos Colla, e O que tiver de vir, virá de Augusto César e César Augusto, selecionadas para integrar a coleção Chão Brasil produzida pelo grupo MPE Agromon S/A- MT, representando musicalmente, entre outros, a região Centro-Oeste. Nesse mesmo ano, dupla separou-se após 16 anos de carreira, 14 discos gravados, muitos recordes de vendagem.

Em 2001, Crystian e Ralf, lançaram o CD De volta, marcando o retorno da dupla e passando a fazer shows pelo Brasil. Em 2003, foram entrevistados no programa Mais você, de Ana Maria Braga, na TV Globo, falando da excursão recente ao Japão, e anunciando próxima viagem ao Japão e à Europa.

Em 2004, lançaram o CD/DVD/VHS Acústico que foi gravado em 1998, no Teatro Mars, em São Paulo. O disco traz repertório eclético que vai de baladas como Sou Eu (Entre ela e eu), Desejo de amar, Chora peito e Cheiro de shampoo, entre outras, passando por pop rocks como Oito segundos, O que tiver de vir virá e o hit da dupla Nova York. São destaques "Sensível demais", de Jorge Vercilo e a releitura de Yolanda, versão de Chico Buarque para a composição de Pablo Milanez. 

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Chitãozinho e Xororó



Chitãozinho e Xororó - Dupla sertaneja formada pelos irmãos José Lima Sobrinho, o Chitãozinho (Astorga PR 1954—) e Durval de Lima, o Xororó (Astorga 1957—). Em 1967, durante um programa da Rádio Clube de Santo André SP, José e Durval cantaram uma música de autoria de seu pai, Mário Antônio de Lima, Tocando a boiada. Obtiveram sucesso e foram incentivados a participar do programa de calouros de Sílvio Santos, em que conquistaram o público.

Continuaram apresentando-se ocasionalmente e, em 1969, participaram do programa Cidade Sertaneja, de Geraldo Meireles, na TV Bandeirantes, de São Paulo SP, passando também a atuar em festinhas, shows e circos.

Mais tarde, na TV Tupi, da mesma cidade, apresentaram-se no programa Canta Viola, de Geraldo Meireles, o “marechal da música sertaneja”. Interpretaram para Meireles a toada de Serrinha e Atos Campos, Chitãozinho e xororó, que adotaram como nome artístico, já estampado na capa do primeiro disco da dupla, Galopeira, gravado pela Copacabana em 1970. 

A dupla se exibiu com freqüência no Canta Viola e, em 1971, participou do filme No rancho fundo (direção de Osvaldo de Oliveira), cantando Desafio dos irmãos (Capitão Furtado), que depois fez parte do segundo disco gravado na RGE, em 1971, juntamente com vários sucessos, como a música-título Moreninha linda (Priminho, Maninho e Tonico), Aquarela sertaneja (J. M. Alves), Casa da Mãe Joana (Capitão Furtado e Moreno), Sanfona furada (José Alves e Moreno), Destinos iguais (Capitão Furtado e Laureano), Puxando o fole (Argonauta e Piquerobi) e Tô maluco por você (Capitão Furtado e Zico). 

Obtendo grande êxito, a dupla lançou no mesmo ano outro LP, com sucessos como Amor não é brinquedo (Nonô Basílio), Rainha do Paraná (Nísio) e Rosa malvada (Fronteiriça). 

No ano seguinte, gravou na Philips um LP em que se destacaram Casinha de praia (Goiá), Filha de Jesus (Marciano) e Nostalgia cabocla (Geraldo Meireles). 

Popularmente consagrada, em 1973 a dupla foi contratada com exclusividade pela Beverly, na qual gravou mais um LP com vários sucessos, entre os quais Caminhos de minha infância (Goiá), Carrossel da vida (Goiá e Geraldo Meireles) e Poema sertanejo (Tony Damito). 

Em 1976 lançou mais um LP, destacando-se as faixas Caboclo de fato (Jeca Mineiro e Cambuquira), Doce amada (Praense e Prado Júnior) e Uma casa de caboclo (Nonô Basílio). 

A partir daí, vieram os seguintes lançamentos: A força jovem da música sertaneja (1977), 60 dias apaixonado (1979), Amante amada (1981), Somos apaixonados (1982), que traz a música Fio de cabelo (Darci Rossi e Marciano), Amante (1984), Fotografia (1985), Se Deus me ouvisse (1986), Falando às paredes (1987) e Nossas canções preferidas (1989), todos pela Copacabana. 

Ainda em 1989 assinaram com a Polygram, que lançou nesse ano o LP Os meninos do Brasil e, na seqüência, Cowboy do asfalto (1990), Planeta azul (1992), Ao vivo (1992), Tudo por amor (1993), Coração do Brasil (1994), Clássicos sertanejos (1996) e, no final do ano de 1997, Em família, trazendo no repertório O homem de Nazaré (Antonio Marcos e Cláudio Fontana), Nossa Senhora (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), Presente de Natal (com Darci Rossi), Natal branco (White Christmas, lrving Berlin, versão de Marino Pinto), participação de Fábio Júnior, um pout-pourri com Natal das crianças (Blecaute), O velhinho (Octávio Filho), Sino de Belém (Jingle Bells, versão de Evaldo Rui); Meu Senhor (My Sweet Lord, George Harrison, versão de Cláudio Rabelo); Boas Festas (Assis Valente), entre outras. 

Discografia

Discos de estúdio: 1970 Galopeira (Copacabana); 1972 A Mais Jovem Dupla Sertaneja (Copacabana);1974 Caminhos de Minha Infância (Copacabana); 1975 Doce Amada (Copacabana); 1977 A Força Jovem da Música Sertaneja (Copacabana);1979 60 Dias Apaixonado (Copacabana);1981 Amante Amada (Copacabana); 1982 Somos Apaixonados (Copacabana); 1984 Amante (Copacabana); 1985 Fotografia (Copacabana); 1986 Coração Quebrado (Copacabana); 1987 Meu Disfarce (Copacabana); 1989 Nossas Canções Preferidas (Copacabana); 1989 Os Meninos do Brasil (Polygram); 1990 Cowboy do Asfalto (Polygram); 1992 Planeta Azul (Polygram); 1993 Tudo por Amor (Polygram); 1994 Coração do Brasil (Polygram); 1995 Chitãozinho e Xororó (Polygram); 1996 Clássicos Sertanejos (Polygram); 1997 Em Família (Polygram); 1998 Na Aba do Meu Chapéu (Polygram); 1999 Alô (Universal);2000 Irmãos Coragem (Universal); 2001 Inseparáveis (Universal); 2002 Festa do Interior (Universal); 2004 Aqui o Sistema é Bruto (Universal); 2006 Vida Marvada (Universal); 2007 Grandes Clássicos Sertanejos I Acústico; 2007 Grandes Clássicos Sertanejos II Acústico; 2009 Se For Pra Ser Feliz (EMI Music).

Projetos especiais: 1969 No Rancho Fundo (Som Global); 1987 Os Grandes Sucessos de Chitãozinho e Xororó (Copacabana); 1991 Nascemos Para Cantar (Polygram); 1992 Ao Vivo (Polygram); 1993 Minha História (Polygram); 1994 Personalidade (Polygram); 1996 Amigos Ao Vivo (Som Livre); 1996 Obras Primas (Polygram); 1997 Amigos Ao Vivo 2 (Som Livre); 1997 Nossa História na Cidade (Globo Disk); 1997 Nossa História no Sertão (Globo Disk); 1998 20 Músicas do Século XX (Polygram); 1998 Raízes Sertanejas (EMI); 1998 Amigos Ao Vivo 3 (Som Livre); 1998 Todos os Supersucessos da Dupla (EMI); 1998 Pura Emoção: O Melhor de Chitãozinho & Xororó (Pantanal); 1999 Amigos 99 (Som Livre); 1999 Bailão de Chitão e Xororó (Universal); 2000 Série Bis (EMI Music); 2001 Sem Limites (Universal); 2002 Minha Vida Minha Música {Universal); 2002 Roda de Viola (Universal); 2002 Identidade (EMI); 2004 Retratos (EMI).

Fontes: Blogodorium.net - Chitãozinho e Xororó; Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha - 2a. Edição - 1998.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Cézar e Paulinho

Cézar e Paulinho - 1974
Cézar e Paulinho - Dupla sertaneja formada pelos irmãos Sebastião Cézar Franco (Piracicaba SP 1958—) e Paulo César Franco (Piracicaba 1960—). 

Influenciados pelo pai e pelo tio, que formavam a dupla Craveiro e Cravinho, desde muito cedo os dois irmãos já animavam festinhas e participavam de festivais em sua cidade natal e nas cidades vizinhas, recebendo o título de Os Garotos do Peito de Aço.

A primeira gravação aconteceu em 1974, com o disco Venha me dar suas mãos, tendo como música de destaque O calvário (Craveiro e Marciano) pela gravadora Chororó; depois vieram os discos Beleza do sertão (1978, destacando-se Cruz do meu rosário, de Dino Franco), Noite maravilhosa (1981, música-título de Paraíso), Coração marcado (1982, música-título também de Paraíso), A explosão da música sertaneja (1983, destacando-se Meia-noite de amor, de Cristiane e Cleiton), Asa delta — voando livre (1985, incluindo Você é linda, também de Cristiane e Cleiton), Grandprix do amor (1986, com destaque para O feijão e a flor, de Vicente Dias e Benê Brito), Viajante solitário (1987, com Eu também sou sentimental, de Nelson Ned), Cézar e Paulinho (1988, trazendo Você é tudo o que eu pedi para Deus, de Roberta Miranda), O meu jeito de amar (1990, música-título de Fátima Leão e Cézar), Cézar e Paulinho (1992, destacando Morto de saudade sua, de Zezé di Camargo e Fátima Leão), Cézar e Paulinho (1993, incluindo Da água pro vinho, de Paulo Debétio e Paulinho Rezende), Cézar e Paulinho (1995, com destaque para a musica Outra vez, de Cézar). Todos os últimos 12 discos trazem o selo Chantecler. 

Em 1997 lançaram pela Continental o CD Cézar e Paulinho, trazendo no repertório Mais você do que eu (Cézar), Tem alguém que te quer (Amado Batista, Reginaldo Sodré), Roceiro de Deus (Vicente Dias e Cézar), O milagre da foto (Sulino e Paulo Calandro), Homem da rua (Rui Barbosa e Carlos Moreno), Velho aconchego (Bebeto e Aguiar) e Violeiro divertido (tema tradicional adaptado por Craveiro e Paulinho).

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha - 2a. Edição - 1998.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Luís de Castro

Luís de Castro
Luís de Castro, compositor e cantor, nasceu em Campos do Meio, MG, em 11/12/1936. Criado no sertão mineiro, conviveu desde pequeno com poetas e violeiros.

Ainda adolescente, compôs sua primeira música, Somente tu, originalmente um tango. Essa composição seria gravada em 1960, por José Orlando, com imediato sucesso para o compositor e numerosas regravações, inclusive por Cascatinha e Inhana e Albertinho Fortuna.

Gravou um LP pela RC, em 1965, Meu pedacinho de chão, com destaque para a música-título, A noite de nós dois e O último trago, todas de sua autoria.

Na década de 1970, formou com Tupi uma dupla que gravou o LP Pedacinho de chão (discos Popular, s.d.). Como radialista, atuou na Rádio Clube de Varginha MG (1973 a 1975), na Rádio Jornal Sul de Minas, de Bueno Brandão MG (1976 a 1978), e, a partir de 1979, na Rádio Clube de Pouso Alegre MG, comandando o programa Domingão Sertanejo.

Escreveu mais de duas mil músicas ao longo de sua carreira. Tem composições gravadas por Tonico e Tinoco, Sérgio Reis, Chitãozinho e Xororó, Milionário e José Rico, Pedro Bento e Zé da Estrada, Belmonte e Amaraí, e outros.

Em 1995 lançou seu primeiro disco individual, um CD (Brasidisc) com dez canções de sua autoria, todas elas engraçadas, cheias de bom humor.

Como compositor, obteve seus maiores êxitos com Jardim da natureza e Sofá velho (gravadas por Lourenço e Lourival), Jamais terei ilusão, Somente tu e Tu sempre tu (gravadas por Cascatinha e lnhana), Alma aventureira, Cantinho do coração, Galopeira, Obrigado coração (gravadas por Caçula e Marinheiro).

Entre outras, em parceria com Benedito, compôs Teu adeus e Um pouquinho de amor (gravadas por Tibagi e Miltinho); com Tião Carreiro, Aquela ingrata, Encantos da natureza, Quando cai a chuva, Feliz casamento, Lá onde eu moro (todas gravadas pela dupla Tião Carreiro e Pardinho); com Pedro Bento, Casa vazia, Amor proibido, Ternura dos teus beijos; com Muniz Teixeira, Bailinho do sertão, Noite inesquecível, Zero a zero, Último peão; com Jeca Mineiro, Lembranças que o tempo não apaga e Agora tudo bem; com Miltinho, Brotinho encantador, Amar- te-ei eternamente e Teu orgulho.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Duo Brasil Moreno

Duo Brasil Moreno - Dupla sertaneja formada pelas irmãs Dora (Dora de Paula, Guariba-SP 1917-) e Didi (Antônia Glória de Paula, Guariba-SP 1924-). As irmãs foram criadas na cidade de Cambará (PR), com mais dois irmãos.

Começaram a cantar no coral da Igreja Santa Cecília em Cambará, juntamente com os irmãos. Em 1940, a família mudou-se para São Paulo. Dora e Didi formaram com os irmãos o Quarteto Brasil Moreno. Passam a se apresentar em programas de calouros das rádios Record e Cultura. O quarteto virou Trio Brasil Moreno, quando o irmão foi chamado para o serviço militar. O trio continuou a participar de programas de calouros.

Em 1943, ao tirarem o primeiro lugar no programa de Otávio Gabus Mendes e Geraldo Mendonça, são convidados a assinar contrato com a PRB-9. Em 1951, o trio transformou-se no Duo Brasil Moreno, com a saída da irmã (Helena), que abandonou a carreira artística para se casar. O Duo Brasil Moreno teve inúmeras participações em programas radiofônicos, inclusive no programa História da Música, na Rádio Record, produzido e apresentado por Almirante.

Em 1952, a dupla gravou seu primeiro 78rpm, pela Star, subsidiária da Copacabana. O disco incluía as canções Chalana, de Mário Zan e Arlindo Pinto, e Abandonada de Mário Zan e Palmeira. Graças ao sucesso alcançado, especialmente com o rasqueado Chalana, vários discos se seguiram.

Em 1961 lançaram pela Chantecler a guarânia Último adeus, de Luiz de Castro e o bolero Bis para o amor, de José Bettio e Roberto Stanganelli. No mesmo ano gravaram na Sertanejo o rasqueado Pedaço de coração, de Elpídeo dos Santos em parceria com a dupla e o xote China morena, de Raul Torres e Sebastião Teixeira. Posteriormente lançaram, pela Copacabana, seu primeiro LP, com o qual colecionaram sucessos como Natal no sertão, de Palmeira e Mário Zan, Campo Grande, de Raul Torres, Canção do trolinho, de Hervé Cordovil , e Flor de Tupã, de Mário Zan e Palmeira.

A dupla gravou também, pela Copacabana, várias versões, lançadas em 78rpm. Fizeram , entre outros, um programa na Rádio Record, todas as segundas-feiras, que aconteceu por 16 anos. Atuou em diversas emissoras de televisão de São Paulo e excursionou por vários estados. Em 1974, o Duo Brasil Moreno gravou um LP, de repertório exclusivamente sertanejo, acompanhado de toda a família.

Fontes: Encilopédia da Música Brasileira - Art Editora; Dicionario Cravo Albin de Musica Popular Brasileira.

Inhana

Inhana (Ana Eufrosina da Silva Santos), cantora, nasceu em Araras, SP (28/03/1923) e faleceu em São Paulo, SP (11/06/1981). Começou sua carreira atuando como solista em um conjunto formado com seus irmãos.

Em 1941 conheceu a dupla Chopp e Cascatinha. Nesse mesmo ano se casou com Cascatinha, formando-se então o Trio Esmeralda, adotando a partir dessa época o nome artístico de Inhana.

Seguiram para o Rio de Janeiro, onde conseguiram fazer um certo sucesso, recebendo vários prêmios nas apresentações em programas de rádio, como o de César Ladeira na Rádio Mayrink Veiga, Manoel Marcelos e Papel Carbono, os dois na Rádio Nacional.

Em 1942 Chopp deixou o grupo, prosseguindo a dupla Cascatinha e Inhana, ingressando a dupla no elenco do Circo Estrela D'Alva, fazendo excurções pelos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Devolta à São Paulo passaram a atuar no Circo Imperial, onde permaneceram por cinco anos.

Em 1947 cantaram pela primeira vez em rádio como dupla, na Bauru Rádio Clube. Em 1950 Cascatinha e Inhana foram contratados pela Rádio Record, onde ficaram por doze anos. Gravaram o primeiro disco em 1951 na gravadora Todamérica, registrando as músicas La paloma (Iradier - Pedro Almeida) e Fronteiriça (José Fortuna).

Em 1952 a dupla gravou os dois maiores sucessos de sua carreira, as guarânias Meu primeiro amor (Lejania) (H. Gimenez - versão: José Fortuna - Pinheirinho Jr.) e Índia (J. A. Flores - M. O. Guerrero - versão: José Fortuna), que a despeito de serem versões de música estrangeira podem ainda assim ser consideradas dois grandes clássicos da MPB, seja pelas gravações de imenso sucesso de Cascatinha e Inhana assim como suas regravações, feitas por grandes nomes como Maria Bethânia e Gal Costa.

Em 1953 a dupla gravou Mulher rendeira (motivo folclórico - arranjos: João de Barro). Em 1955 a dupla participou do filme Carnaval em Lá Maior, de Ademar Gonzaga. Nesse mesmo ano fizeram sucesso com a música Despertar do sertão (Pádua Muniz - Elpídio dos Santos). Outro grande sucesso foi Colcha de retalhos (Raul Torres), gravada em 1959.

Chamados de "Os Sabiás do Sertão", a dupla Cascatinha e Inhana é ainda hoje a mais importante dupla sertaneja da história da MPB, apesar do imenso sucesso popular de duplas surgidas à partir da década de 70. Permaneceram ativos e gravando regularmente até a morte de Inhana, em 1981.

Na década de 90 a gravadora Revivendo lançou uma série de CDs reunindo diversas gravações de Cascatinha & Inhana. Cascatinha ainda lançou um disco solo em 1982, e faleceu em 1986.

Ochelsis Laureano

Ochelcis Aguiar Laureano (foto) foi violeiro, compositor e cantor. Nasceu em 01 de maio de 1909 em Rio Acima, pertencente ainda a Sorocaba, onde hoje é a cidade de Votorantim-SP. Faleceu em 16 de janeiro de 1996.

Foi um dos mais destacados compositores da música caipira de raiz do início do Século XX, tendo feito parte das Caravanas de Cornélio Pires no início dos anos 30, e tendo sido artista na Era do Rádio brasileiro, do final dos Anos 20 até os Anos 50, tendo aí brilhado como compositor, como violeiro, e como intérprete musical, constituindo parcerias famosas nos programas sertanejos das rádios de São Paulo e do Rio de Janeiro:

Formou as duplas “Irmãos Laureano” (com seu irmão João Aguiar Laureano, o Joãozinho), “Laureano e Soares” (com seu cunhado Álvaro Soares, o Soarinho), “Laureano e Mariano” (com Mariano da Silva, pai do músico Caçulinha), “Laureano e Cap. Furtado” (com Ariovaldo Pires, famoso compositor, sobrinho de Cornélio Pires), e os trios “Laureano, Mariano e Serrinha” (com Antenor Serra, autor do sucesso “Chitãozinho e chororó”, com Athos de Campos), “Laureano, Cap. Furtado e Nhá Zefa” (foto: Laureano também fez parte do "Quarteto da Saudade" juntamente com Serrinha, Mariano e Arnaldo Meirelles).

Sobre a vida de compositor, destaca-se sua criatividade múltipla que, para além da música caipira e da poesia, levou-o, também, a compor músicas sacras, fazer regência de coral e lecionar música, lembrando que Ochelsis fez estudos musicais e de regência coral na Escola Nacional de Música do Rio de Janeiro, com Heitor Villa-Lobos. Destaque para o poema “Capim Teimoso”, “Lenço Preto” e “O barranco”, para suas músicas caipiras “Marvada pinga (Moda da pinga)” ( o maior sucesso de Inezita Barroso), “Roseira branca”, “O balão subiu”, “A caçada”, “É mió num casá” e “Meu sertão.

A famosa viola do compositor, com seu nome gravado, e o disco original da primeira gravação de seu maior sucesso musical a “Marvada Pinga”, de 1939, com a dupla Laureano e Mariano encontra-se em poder de sua filha Gláucia Laureano Gomes.

Algumas composições de Laureano

· A Bandeira Do Caboclo (Laureano - Ariowaldo Pires)
· ABC Do Prisineiro (Laureano)
· A Caçada (Laureano)
· A Madrugada (Laureano)
· A Morte Do Manuelzinho (Laureano)
· A Mulher E O Relógio (Laureano)
· Agricultura Hoje Tem Seu Lugar (Laureano - Ariowaldo Pires)
· Amanhecer No Sertão (Laureano - Ariowaldo Pires)
· Cana-Verde Em Desafio (Laureano - Ariowaldo Pires - Nhá Zefa)
· Cantando No Rádio (Laureano)
· Casamento (Laureano - Soares)
· Casamento Internacional (Laureano)
· Casamento Perdido (Laureano)
· Casando À Bessa (Laureano)
· Chuva de Pedra (Laureano)
· Como Nasceu o Cururu (Laureano - Ariowaldo Pires)
· Crise (Laureano)
· Deixei De Ser Carreiro (Mariano - Laureano)
· Desafio (Laureano - Soares)
· Desafio Disparatado (Laureano - Ariowaldo Pires)
· Destinos Iguais (Laureano - Ariowaldo Pires)
· Em Redor Do Mundo (Irmãos Laureano - Ariowaldo Pires)
· Ensinando A Muié (Laureano)
· Fim De Um Valentão (Laureano)
· Meu Casamento (Laureano)
· Meu Jardim (Laureano)
· Minha Profissão (Laureano)
· Minhas Aventuras (Laureano)
· Moda Da Pinga (Ochelsis Laureano - Raul Torres)
· Moda Das Meias (Irmãos Laureano - Ariowaldo Pires)
· Moda Do Ceguinho (Laureano)
· Moda Do Pito (Laureano)
· Moda Dos Tecelões (Laureano)
· Muié Sapeca (Laureano)
· No Mundo Da Lua (Laureano)
· O Balão Subiu (Laureano)
· O Cavalo E O Boi (Laureano)
· O Cravo (Laureano)
· O Crime Do Restaurante Chinês (Laureano)
· O Diabo E O Mundo (Laureano)
· O Jogo Do Truco (Laureano)
· O Que Eu Vejo (Laureano)
· O Sonho Do Matuto (Laureano - Ariowaldo Pires)
· Patrões E Operários (Laureano)
· Repicando A Viola (Laureano)
· Revolta De São Paulo (Laureano)
· Roseira Branca (Laureano)
· Saudades de Sorocaba (Laureano)
· Situação Dos Homens (Laureano)
· Uma Carta Atrapalhada (Laureano)
· Um Retrato (Laureano)
· Valentia de Voluntário (Laureano)

Fonte: biografia e fotos gentilmente enviadas por Nicc Nilson

Marinês

Marinês (Inês Caetano de Oliveira), cantora, nasceu em São Vicente Férrer, PE, em 16/11/1935, e faleceu no Recife, PE, em 14/05/2007. Seu pai, filho de índios Ariús, era seresteiro e a mãe foi cantora de igreja.

Aos 10 anos de idade começou a participar de programas de calouros, tendo chegado a competir num deles, com o também ainda menino Genival Lacerda. Foi casada com o sanfoneiro e produtor Abdias, com quem se casou aos 14 anos.

Depois de premiada com um sabonete numa retreta de rua, espécie de concurso de calouros ao ar livre, no bairro da Liberdade, onde morava, resolveu inscrever-se num programa de calouros na rádio local e, para fugir da vigilância dos pais, acrescentou o Maria ao seu nome. Ao ser anunciada no concurso, o locutor acabou por chamá-la de Marinês, e ela, gostando, adotou o nome artístico.

Em 1949 formou com o marido Abdias o Casal da Alegria. Em seguida, o casal juntou-se ao zabumbeiro Cacau e formou um trio. Este trio, no começo dos anos 50, passou a atuar como a Patrulha de Choque do Rei do Baião, especializada em realizar apresentações nas praças das cidades onde Luiz Gonzaga iria tocar, interpretando músicas do seu repertório, anunciando sua chegada nas cidades do interior do Nordeste, num trabalho feito espontaneamente.

Seu encontro com o Rei do Baião deu-se na cidade de Propriá, em Sergipe, apresentados pelo prefeito da cidade, Pedro Chaves. Na mesma noite do dia em que se conheceram, fizeram um show juntos. Com o apoio de Luiz Gonzaga, que lhe ensinou o xaxado, a carreira de Marinês ganhou impulso, sendo então batizada de A Rainha do Xaxado.

Gravou seu primeiro disco em 1956, lançado no ano seguinte pela Sinter, apresentando-se como Marinês e sua Gente. Gravou na ocasião, a quadrilha Quadrilha é bom, de Zé Dantas e o xaxado Quero ver xaxar, de João do Vale, Antonio Correia e Leopoldo Silveira Junior.

Em 1957, gravou dois grandes sucessos, os xotes Peba na pimenta, de João do Vale, José Batista e Adelino Rivera e Pisa na fulô, de João do Vale, Ernesto Pires e Silveira Jr., que foram posteriormente regravados por inúmeros artistas. No mesmo ano, lançou o xaxado Xaxado da Paraíba, de Reinaldo Costa e Juvenal Lopes e o xote O arraiá do Tibiri, de João do Vale e Silveira Jr. Ainda nessa época, a convite de Luiz Gonzaga, vão para o Rio de Janeiro, onde se apresentaram no programa Caleidoscópio, na Rádio Tupi.

Em 1958, gravou de Rosil Cavalcanti os baiões Aquarela nordestina e Saudade de Campina Grande. Gravou ainda, de Gordurinha e Wilson de Morais, o baião Perigo de morte. No mesmo ano participou do filme Rico ri à toa, de Roberto Faria. Em 1959, gravou de Antônio Barros e Silveira Jr. o baião Velho ditado e o xote Marieta.

Em 1960, gravou da mesma dupla o baião Mais um pau-de-arara e o chótis Balanço da saudade. No mesmo ano, transferiu-se para a RCA Victor, onde lançou, de Reinaldo Costa e Juvenal Lopes, o xote Viúva nova e, de Onildo Almeida, o xaxado História de Lampeão. Gravou ainda, de Zé Dantas e Joaquim Lima, a polca Chegou São João. No mesmo ano recebeu o troféu Euterpe no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, como a melhor cantora regional.

Em 1961, gravou os cocos Gírias do Norte, de Jacinto Silva e Onildo Almeida e Cadê o Peba, de Zé Dantas. No mesmo ano, gravou a moda de roda Marinheiro, de motivo popular com arranjos de Onildo Almeida e o coco de roda No terreiro da Usina, de Zé Dantas. Gravou ainda o LP Outra vez Marinês, que lhe rendeu um segundo troféu Euterpe, além de ter obtido o prêmio de melhor vendagem.

Em 1962, gravou, de Onildo Almeida, as modas de roda Siriri, sirirá e Meu beija-flor. No mesmo ano, gravou de João do Vale e José Batista o xote Xote de Pirira e de João do Vale e Oscar Moss o coco Gavião.

Em 1963, gravou as modas de roda Balanceio da usina, de Abdias Filho e João do Vale, e Pisei no liro, de Juvenal Lopes. No mesmo ano, gravou, de João do Vale e B. de Aquino, o xote Xote melubico e o baião Macaco véio.

Em 1984 apresentou-se em diversos shows em teatros da periferia do Rio de Janeiro dentro do projeto Pixinguinha, além de fazer participações especiais em discos do conjunto The Fevers e de Zé Ramalho.

Em 1986, lançou o LP Marinês e sua Gente - Tô chegando, com a participação especial de Gilberto Gil, Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Jorge de Altinho. Com Luiz Gonzaga, interpretou Tá virando emprego, de Luiz Gonzaga e João Silva, com Dominguinhos, Agarradinho, de Michael Sullivan e Paulo Massadas, com Gilberto Gil, Doida por uma folia, do próprio Gil e Quatro cravos, de Jarbas Mariz e Cátia de França, e com Jorge de Altinho, Jeito manhoso, de Nando Cordel.

Em 1987, gravou pela RCA Victor o LP Balaio de paixão, interpretando, entre outras, as composições Tô doida pra provar do teu amor, de Nando Cordel, Fulô da goiabeira, de Anastácia e Liane, Novinho no leite, de Nando Cordel e Feitiço, de Jorge de Altinho.

Em 1988 estreou na Continental com o disco Feito com amor, onde regravou sucessos dedicados à festas juninas. Recebeu discos de ouro com A dama do Nordeste e Bate coração.

Gravou diversas músicas consideradas apimentadas e que mexeram com a moral da época, como Peba na pimenta e Pisa na fulô, de João do Vale, Cadarço de sapato, Xote da Pipira e Viúva nova, entre outras. Devido a essas gravações, chegou a ter problemas com os meios católicos do país, tendo ocorrido casos de padres que durante as missas pediam aos fiéis para não comprarem seus discos, como foi o caso de Peba na pimenta.

Com a separação do marido e produtor Abdias, ficou alguns anos sem gravar; ainda sim, lançou cerca de 30 discos, entre 78 rpm, LPs e CDs. Dentre os seus LPs, estão Nordeste valente, Balaiando e Cantando pra valer.

Em 1995, lançou o CD Marinês cidadã do mundo. Ainda nos anos 1990, participou do disco de forró lançado por Raimundo Fagner. Em 1998, com produção da cantora Elba Ramalho, lançou pela BMG o CD Marinês e sua Gente, contando com a participação de importantes nomes da Música Popular Brasileira contemporânea, quase todos do Nordeste. Uma das faixas de destaque é o dueto com Alceu Valença em Pelas ruas que andei, do cantor e compositor pernambucano.

No mesmo ano, a Copacabana/EMI lançou uma coletânea de seus sucessos remasterizados na série Raízes Nordestinas. Foi a primeira mulher a formar um grupo de forró. Em 2000 teve CD lançado pela BMG dentro da série Eu só quero um forró, no qual contou com as participações especiais de Gilberto Gil na música Quatro cravos e Alceu Valença em Pelas ruas que andei.

Faleceu em 2007, vítima de um acidente vascular cerebral que foi acometida um mês antes de sua morte.

Fonte: Cantoras do Brasil.

Carreirinho

Carreirinho (Adauto Ezequiel), cantor e compositor, nasceu em Bofete-SP, em 21/10/1921. Aos sete anos cantou uma modinha de sua autoria numa comemoração escolar de fim de ano, recebendo de presente uma viola. A partir de então, passou a apresentar-se em festinhas, cantando e tocando.

Em 1946 estreou profissionalmente ao lado de Ferraz, atuando nos circos que passavam pela cidade de Sorocaba SP. Seguiu depois para São Paulo SP, onde se apresentou na Rádio América. Mais tarde, transferiu-se para a Rádio Record, ali atuando com novo parceiro, o investigador de polícia José Stramandinoli (Zé Pinhão), com quem formou a dupla Zé Pinhão e Pinheiro, que passou a participar do programa Sítio do Bicho-de-Pé até 1947, ano em que se separaram.

Nessa época, propôs parceria a Lúcio Rodrigues, que cantava com Fortaleza. Formaram então uma dupla cujo nome foi escolhido em concurso popular entre os ouvintes da Rádio Record: Zé Carreiro(Lúcio) e Carreirinho (Adauto).

Em 1950 Tonico e Tinoco, que eram contratados da Continental, se interessaram pelo cururu O canoeiro (Zé Carreiro), música que vinha marcando as apresentações da dupla iniciante. Mediante acordo com o diretor da gravadora, consentiram na gravação de Tonico e Tinoco, conseguindo em troca gravar o primeiro disco, com O canoeiro e Ferreirinha (de sua autoria). O sucesso desse lançamento levou a fábrica a contratá-los.

Seis anos depois, a dupla lançou, pela Copacabana, Crianças do meu Brasil (com José Fortuna) e Jamais seremos esquecidos (de autoria da dupla), e, no ano seguinte, pela Victor, Sinhá Maria, versão sertaneja da composição de René Bittencourt do mesmo nome, e Buquê de flor (da dupla).

Em 1958, depois de dez anos de atuação na Rádio Record e de gravar diversos discos, Zé Carreiro teve de se afastar da vida artística por surdez. Formou, então, com José Dias Nunes, nova dupla, Tião Carreiro e Carreirinho, que gravou em 1958, pela Continental, Rei do gado (Teddy Vieira), Mariposa do amor (Canhotinho e Torrinha), Pirangueiro e Saudade de Araraquara (ambas de Zé Carreiro), e Despedida de solteiro (com Zé Fortuna). Depois a dupla gravou pela RCA algumas composições de gênero mais sentimental, com Madalena, O beijo (ambas de sua autoria) e Esqueça a sua Maria (Raul Torres e João Pacífico).

Em 1962 lançou, com Zé Carreiro, pelo selo sertanejo da Chantecler Meu carro e minha viola (com Mozart Novais), faixa que deu nome ao LP, Boi cigano (Tião Carreiro e Pião Carreiro) e Terra roxa (Teddy Vieira), entre outras. No mesmo ano, apareceu num LP lançado pela Chantecler em homenagem à antiga dupla com Zé Carreiro, relembrando sucessos como Canoeiro, Ferreirinha e Pirangueiro (Zé Carreiro).

Afastando-se de São Paulo, só voltou a gravar mais tarde, com sua nova parceira na dupla Carreirinho e Zita Carreiro (Iracema Soares Gama), que lançou pela Continental, no selo Cartaz, Flor de minha vida (com Zé Matão), Saudade (com Caboclo), Encontro fatal (com J. Vicente), Vem meu amor (com J. Vasco) e Mundo vazio (com Pardinho).

Em 1974, a nova dupla gravou na Chantecler um pot-pourri intitulado Recordando Zé Carreiro, além de outras músicas, como Deus é meu guia (com Zuza), Saudade do nosso amor (Teddy Vieira e Tião Carreiro), Rincão de nossa terra (sua autoria), Cão fiel (Zé Godói e Biguá), Tormento da noite (Cafezinho e Nhô Juca). No ano seguinte, a dupla gravou na Carmona, Formigueiro de gente e Policena, além de Palhaço (com Miguel Santiago), em homenagem aos palhaços.

Em 1979 a Secretaria de Cultura da prefeitura de São Paulo homenageou a dupla com uma festa realizada no ginásio de esportes do Sport Club Corinthians Paulista; em 1980, em Curitiba PR, receberam uma placa de Honra ao Mérito dos artistas paranaenses.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - erudita, folclórica e popular. São Paulo, Art Ed., 1977. 3p.

Minona Carneiro

Minona Carneiro (Severino de Figueiredo Carneiro), cantor e compositor, nasceu em Recife, PE, em 23/11/1902, e faleceu na mesma cidade em 1936. Freqüentador das rodas boêmias de Recife, cantava modinhas e canções, chegando a participar de um conjunto regional organizado por Pedro Alves.

Com a voz afetada por problemas de saúde, viu-se obrigado a procurar um novo estilo, passando a se dedicar à emboladas. Numa reunião no bairro de Casa Amarela, conheceu Manezinho Araújo, que com ele aprendeu a cantar emboladas. Começaram a se apresentar juntos em festas.

Em 1927 integrou o conjunto Voz do Sertão, organizado pelo bandolinista Luperce Miranda, que incluía ainda Meira (violão), José Ferreira (cavaquinho) e Robson Florence (bandolim). Com o conjunto foi para o Rio de Janeiro em 1928. 

No início de 1930 gravou na Brunswick Dedé (Nelson Ferreira). No mesmo ano gravou três discos na Parlophon, com as emboladas Passarinho molhado (Francisco Santoro), Óia lá (Altamiro Godinho), O amor da caboca, Ai seu Mané, Chô, bicho e O perigo da muié (estas últimas de sua autoria). 

Compôs também outras emboladas, como O trem vai chegá, Chô, juriti (com Luperce Miranda), Comigo não, João, Cajueiro, e sambas, como Achei um ninho, Sertão do Surubi, Penera asas (todos com Luperce Miranda). 

Com a saúde debilitada, retornou pouco depois à capital pernambucana, onde morreu.

Playlist



Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.