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terça-feira, 5 de outubro de 2010

Teixeirinha, o Gaúcho Coração do Rio Grande


Vítor Mateus Teixeira, cantor e compositor, o Teixeirinha, nasceu em Rolante RS (3/3/1927) e faleceu em Porto Alegre RS (4/12/1985). Filho de carreteiro, tinha seis anos de idade quando o pai morreu. Três anos depois perdeu a mãe, vítima de um incêndio, e passou a sustentar-se fazendo biscates como entregador e vendedor ambulante.


Lançou-se artisticamente em circos e emissoras gaúchas do interior do Estado, apresentando-se depois em Porto Alegre RS, onde começou a obter popularidade cantando em churrascarias e programas folclóricos, acompanhando-se ao violão.

Fazendo programa na emissora de Passo Fundo RS, recebeu convite para gravar em São Paulo SP, estreando na Chantecler em 1959 como intérprete e autor de Xote Soledade e Briga de batizado.

Os primeiros discos não alcançaram repercussão, mas em 1961 tornou-se sucesso nacional com o lançamento de Coração de luto, toada em que narrava a morte da mãe, gravada em disco Copacabana. No mesmo ano, excursionando por cidades gaúchas, conheceu em Bagé a menina Mary Teresinha, acordeonista e cantora na rádio local, que se tornou sua acompanhante efetiva.

Obtendo enorme popularidade como autor e intérprete de um gênero misto de regionalista e sertanejo dirigido a um público bastante específico, passou a atuar no cinema, produzindo cinco filmes, dos quais foi também o argumentista e o ator principal: o primeiro foi o autobiográfico Coração de luto, de 1966, dirigido por Eduardo Llorenti, seguindo-se Motorista sem limites (1969) e Teixeirinha a sete provas (1972), ambos de Milton Barragan, e Ela tornou-se freira (1971) e Pobre João (1974), estes com direção de Pereira Dias.

Com mais de 40 LPs gravados, comandou na Rádio Farroupilha, de Porto Alegre, os programas Teixeirinha Canta para o Povo do Brasil e Teixeirinha Amanhece Cantando. Um dos líderes nacionais em vendagem de discos, sua vida foi até transformada em história em quadrinhos. Morreu no dia em que lançaria seu 119°disco, o LP Amor aos passarinhos.

Ao longo de 27 anos de carreira, compôs mais de 700 músicas, ganhou 13 discos de ouro no Brasil e um Galo de Ouro em Portugal. Em 1995, por ocasião dos dez anos de sua morte, foi homenageado em Porto Alegre com uma série de eventos.

Algumas músicas:


















































Veja também:


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Coração de luto

Teixeirinha - 1961
O senhor Vítor Mateus Teixeira, conhecido como Teixeirinha, nascido na cidade de Rolante, RS, em 3/3/1927, iniciou a carreira apresentando-se em circos e emissoras de rádio do interior gaúcho. Posteriormente apresentou-se em Porto Alegre, cantando em churrascarias e programas folclóricos.

Em 1959, gravou seu primeiro disco, onde interpretou o arrasta-pé "Briga no batizado" e o xote "Xote soledade", ambos de sua autoria. O disco não alcançou grande repercussão e ainda gravaria, naquele mesmo ano, mais dois discos.



Teixerinha
Em 1960, gravou o xote "Gaúcho de Passo Fundo" e a toada-milonga "Coração de luto", ambas de sua autoria. Com "Coração de luto", conheceu seu grande sucesso. A toada, composta quase ao acaso, tornou-se um clássico, com mais de um milhão de cópias vendidas, sendo gravada em 21 idiomas. Narra, em melodia e versos tristíssimos, a morte da mãe, carbonizada num incêndio, tragédia realmente ocorrida quando o compositor tinha nove anos.

Coração de luto (toada, 1960) - Teixeirinha
Intro: Am Em B7 Em 
 
                   B7                        Em 
O maior golpe do mundo que eu tive na minha vida 
                    B7                       Em 
Foi quando com nove anos perdiminha mae querida 
                    B7                       Em 
Morreu queimada no fogo morte triste e dolorida 
                  B7                         Em 
Que fez minha maezinha dar o adeus da despedida 
 
                  A7                      Dm 
Vinha vindo da escola quando de longe avistei 
                   A7                       Dm 
O rancho que nos morava cheio de gente encontrei 
                        A7                 Dm 
Antes que alguem me dissesse eu logo imaginei 
                    A7                       Dm 
Que o caso era de morte da maezinha que eu amei 
 
Intro 
                     B7                  Em 
Seguiu num carro de boi aquele preto caixao 
                  B7                   Em 
Ao lado eu ia chorando a triste separacao 
                    B7                       Em 
Ao chegar no campo santo foi maoir a exclamacao 
                    B7                   Em 
Taparam com terra fria minha mae do coracao 
 
                B7                          Em 
Dali eu sai chorando por mao de estranho levado 
                        B7                    Em 
Mas nao levou nem dois meses no mundo fui atirado 
                      B7                 Em 
Com a morte da minha mae fiquei desorientado 
                  B7                  Em 
Com none anos apenas por ese mundo jogado 
 
Intro 
                    B7                     Em 
Passei fome passei frio por esse mundo perdido 
                  B7                     Em 
Quando mamae era viva me disse filho querido 
                      B7                      Em 
Pra nao roubar nao matar nao ferir nem ser ferido 
 
                       B7                     Em 
Descansa em paz minha mae eu cumprirei seu pedido 
                    B7                        Em 
O que me resta na mente minha maezinha e teu vulto 
                B7                         Em 
Recebas uma oracao deste filho que e teu fruto 
                      B7                    Em 
Que dentro do peito traz o seu sentimento oculto 
                 B7                      Em  
Desde nove anos tenho o meu coracao de luto  Bis 

Pedro Raimundo

O grande catarinense Pedro Raimundo

Pedro Raimundo, compositor, cantor e instrumentista, nasceu em Imaruí (SC) em 29/6/1906, e faleceu no Rio de Janeiro (RJ)  em 9/7/1973. Filho do pescador e sanfoneiro João Felisberto Raimundo, começou a tocar sanfona aos oito anos.


Mais tarde integrou, em sua cidade, a banda Amor à Ordem, além de se apresentar em festinhas. Foi pescador até os 17 anos, quando passou a trabalhar na construção da Estrada de Ferro Esplanada-Rio Deserto( SC).

Casado desde 1926, morou em Lauro Muller, Blumenau e Laguna (SC), fixando-se em Porto Alegre (RS) em 1929. Na capital gaúcha foi condutor de bondes e inspetor de tráfego, tocando sanfona em cafés do Mercado, nas horas de folga.

Em 1939 foi chamado a trabalhar na Rádio Farroupilha, de Porto Alegre, onde organizou o Quarteto dos Tauras. Em 1942 excursionou pelo interior do Rio Grande do Sul e no ano seguinte foi ao Rio de Janeiro, onde se apresentou no Show Muraro, da Rádio Mayrink Veiga, e em programas da Rádio Tupi.

Em seguida Almirante o levou para a Rádio Nacional. Contratado pela emissora, transferiu-se definitivamente para o Rio de Janeiro, lançando ainda em 1943, pela Columbia, seu primeiro disco, com o choro Tico-tico no terreiro e o xótis Adeus Mariana (ambos de sua autoria).

Sua descontração e exuberância valeram-lhe o slogan de O gaúcho alegre do rádio: alternava, em suas apresentações, músicas alegres com outras sentimentais. Foi o primeiro artista típico gaúcho a alcançar fama nacional. Apresentava-se com bombachas, lenço no pescoço, botas, esporas, chapéu e guaiaca. Percebendo a aceitação do seu traje regional, Luiz Gonzaga sentiu-se estimulado a apresentar-se como sertanejo nordestino.

Atuou nos filmes Uma luz na estrada, de Alberto Pieralise, em 1949, e Natureza gaúcha, de Rafael Mancini, em 1958.



Obra

Adeus, Mariana, xótis, 1943; Adeus, moçada, polca, 1944; Chico da roda, chorinho, 1947; Escadaria, choro, 1944; Gaúcho largado, toada, 1944; Mágoas de amor, tango, 1945; Meu coração te fala, valsa, 1945; Na casa do Zé Bedeu, polquinha, 1947; Oriental, baião, 1954; Prece, tango, 1950; Sanfoninha, velha amiga, polca, 1961; Saudade de Laguna, valsa, 1943; Se Deus quiser, xótis, 1943; Tá tudo errado (c/Jeová Rodrigues Portela.); polca, 1948; Tico-tico no terreiro, choro, 1943.

Músicas: 










Veja também: 













Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Gaúcho da Fronteira


Gaúcho da Fronteira (Heber Artigas Fróis), compositor e instrumentista, nasceu em Santana do Livramento-RS, em 23/6/ 1947. Aos sete anos de idade, iniciou-se na gaita de botão com quatro baixos; aos nove, já tocava acordeom, bandoneom e violão.

Foi motorista de táxi e de caminhão até 1968, quando ingressou no conjunto Os Vaqueanos, com o qual trabalharia oito anos e gravaria dois discos. Em 1975 gravou pela Beverly seu primeiro LP individual, Gaúcho da Fronteira, consolidando o apelido pelo qual já era conhecido.

Em 1979 mudou-se para Porto Alegre-RS e foi convidado pela gravadora WEA para inaugurar o selo Rodeio com Meu rasto, seu terceiro LP individual, que incluiu seu maior sucesso, o vanerão Nhecovari Nhecofum.

Representante da cultura e das tradições do Rio Grande do Sul, conquistou popularidade em todo o Brasil com sua música bem-humorada, que mistura os ritmos sulinos ao samba, forró, country e até rock.

Em 1989 foi uma das atrações do 1 Festival Internacional de Música Country, apresentando-se em São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia e Belo Horizonte. Em seus 30 anos de carreira, gravou, entre outros, os discos:

Gaita companheira (1982, WEA/Rodeio), O toque do gaiteiro (1987, WEA), Gaitaço (1990, Continental/Chantecler), Gaúcho negro (1991, Som Livre), Tão pedindo um vanerão (1994, Chantecler), Amizade de gaiteiro (1996).