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sexta-feira, 25 de agosto de 2006

Moda das línguas

Alvarenga e Ranchinho

É verdade matemática
Que ninguém pode negar
Que essa história de gramática
Só serve é pra atrapaiar
Ainda vem língua estrangeira
Pra ajudar a compricar
É mior nóis cabar com isso
Pra nós todos poder falar

Na Inglaterra eu vi dizer
Que um pé de sapato é chu
Sendo assim logo se vê
Dois pés tem que ser chuchu
Chuchu pra nóis é legume
No duro, não é boato
Os ingreis que lá se arrume
Mas nóis num come sapato

Na América corpo é bode
Veja que bode vai dar
Encontrei uma americana
Louca pro bode entregar
Fiquei meio atrapaiado
E disse pra me safar
Óia dona, eu não sou cabra
Sai com esse bode pra lá

Em Chile, cueca é dança
Pra se cantar e bailar
Lá se toca e baila cueca
Asta la fiesta acabar
Mas se acaso algum chileno
Vier pro Brasil dançar
Que tente mostrar a cueca
Pra ver ondé que vai parar

Na Itália eu vi dizer
E não sei por que razão
Que manteiga lá é burro
Se passa burro no pão
Desse jeito pra mim chega
Viva nóis lá do sertão
Onde manteiga é manteiga
Nós não come burro, não

Uma gravata esquisita
Um certo franceis me deu
Perguntei onde botar
Ele então me arrespondeu
Mas num gostei da resposta
Isso é que não faço eu
Seu franceis mal educado
Ponha a gravata no seu

Na Argentina ouvi dizer
Que saco é paletó
Lá se o gringo toma chuva
Tem que pôr o saco no sor
E se acaso o dito encóie
A muié lhe diz a pior
Tu saco está mui tiquito
Vá arranjar um saco maior

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