Páginas

sábado, 11 de dezembro de 2010

Alberto Calçada

Alberto Calçada
Alberto Calçada (Alberto de Sousa Calçada), compositor e instrumentista, nasceu em São Paulo, SP, em 6/8/1929, e faleceu na mesma cidade, em 29/7/1983.

Aos 12 anos de idade, ganhou um acordeom e, sem nunca ter estudado, imediatamente tocou uma valsa famosa na época, Manolita.

Em 1942 formou com as irmãs, que cantavam, o conjunto Irmãos Calçada, que passou a se apresentar com regularidade nos programas Clube Papai Noel e Festa na Roça, da Rádio Difusora, e Escola Risonha e Franca, da Rádio Record.

Em 1946 mudou-se com a família para Araguari MG e, no ano seguinte, formou com o mineiro Sebastião Alves da Cunha e o irmão deste, Elias, o Trio Sabiá-Canarinho-Albertinho, que atuou na rádio local até 1950.

Nesse ano, os três transferiram-se para São Paulo, onde se apresentaram em programas de rádio como Arraial da Curva Torta, do Capitão Furtado, na Rádio Difusora. Desfeito o trio, passou a integrar uma empresa de espetáculos pertencente a Sertãozinho (Celso Rodrigues), apresentando-se em circos ao lado de artistas como Tonico e Tinoco, Paraguassu, Zé Fidélis e outros. 

Em 1954 participou de várias gravações de sucesso de dupla Palmeira e Biá, como Milagre de Tambaú (Palmeira e Teddy Vieira) e Boneca cobiçada (Biá e Bolinha). 

Em 1955 gravou seu primeiro disco individual, com Aí que tá, de sua autoria. Em 1958, a recém-criada gravadora Chantecler — cujo nome foi sugerido pelo próprio Calçada — lançou o primeiro LP do compositor, Cascata de valsas. Nessa época, fazia um programa semanal na Record, com Palmeira e Biá, além de outro só seu, apresentado por Vicente Leporace. Também fazia parte da maioria das gravações da Chantecler, onde trabalhou por muitos anos como técnico de gravação. 

A partir de 1960, abandonou aos poucos a vida artística. Gravou uma centena de discos 78 rpm e mais de 50 LPs, tocando principalmente valsas e serestas. Entre suas composições destacam-se Condenado (com Palmeira), gravada por Palmeira e Biá; O céu chorou por mim (com Haroldo José); Água-benta (com Miltinho Rodrigues); e Regresso (com Dino Franco), gravada por Tibagi e Miltinho, em 1970.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira.

Caçula e Marinheiro

Caçula e Marinheiro - Dupla sertaneja formada por Orlando Biachi (São José do Rio Preto SP 1934—) e Benedito Brás dos Reis (Piracanjuba GO 1929—). Orlando (Caçula), aos sete anos, apresentou-se na Rádio Rio Preto, tocando sanfona.

Em 1954 gravou seu primeiro disco pela Star, da Copacabana, com duas composições dos Irmãos Sousa, Ducelina e Sertão do Rio Preto. Na mesma época, encontrou João Isidoro Pereira, o Zé do Rancho, que fazia dupla com Euclides Pereira Rangel, o Bolinha. Resolveram formar um trio em 1955, em São José do Rio Preto, em que Caçula também cantava.

No ano seguinte, visitando a Rádio bandeirantes de São Paulo SP, Orlando conheceu Benedito (Marinheiro), que formava, com Cândido de Paula Brasão, a dupla Brasão e Marinheiro. Ali mesmo, Caçula e Marinheiro resolveram cantar juntos e agradaram. A nova dupla passou a se apresentar no programa Alvorada Cabocla, de Nhô Zé, na Rádio Nacional, ganhando popularidade.

Em 1958 lançou seu primeiro disco, pela Chantecler, com duas composições de sua autoria, Destino de um boêmio e Não chores assim. Mais tarde, a dupla passou a atuar no Circo Irmãos Martins, onde Marinheiro formou um duo com a filha do proprietário, Clarinda Martins (sendo acompanhados por Caçula ao acordeão): casados, foram contratados por dois anos pela RCA, onde gravaram os grandes sucessos de autoria de Caçula e Marinheiro, Tu voltarás e Eu quero vingar-me. Onze dias após a gravação, porém, Clarinda adoeceu, vindo a falecer pouco depois. Marinheiro escreveu então várias letras em homenagem à esposa, que depois foram musicadas. 

Caçula também compôs músicas no gênero e os dois novamente em dupla gravaram em 1967 um LP pela RCA-Candem reunindo esses números sentimentais, que obtiveram grande sucesso, como Aquele dia tão triste (Marinheiro, Hélio Ferreira e Eurípides Nunes Gouveia), Onde estás, meu amor? e Pertinho de Deus (ambas de sua autoria). 

Dois anos depois, a dupla lançou na RCA Milagre de Papai Noel (com Nelson Gomes) e Noite de espera (Marinheiro e Riccieri Faccioli) e em 1973, dando continuidade ao gênero sentimental com que se consagrou, a dupla gravou com sucesso Caminho do céu, música de Everaldo Ferraz para versos de Piquerobi (Madalena Maria Pires), em que é contada a felicidade do segundo casamento de Marinheiro. 

Dentro do mesmo estilo, a dupla lançou novo LP em 1974, com o Grande milagre (Milton Rodrigues) e as composições de Everaldo Ferraz e Piquerobi Rei da humildade, Eu me comparo a Jesus e Bença mãe, bença pai

No ano seguinte, a dupla gravou outro LP, em que se destacaram Martírio de dor (Everaldo Ferraz e Marinheiro), Adeus, amor (Caçula e Alceu) e Me leve com você (Everaldo Ferraz e Neusinha). 

CD 

Caçula e Marinheiro, 1994, Continental 996794-2. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.

Cacique e Pajé

"No início nossa dupla sofreu muito preconceito. Nossa gravadora marcava entrevista nos programa de televisão e, quando a gente chegava com essa rôpa de Índio, a gente era discriminado. A gente ia cantá só de tanga e cocar, mas a produção dos programa num permitia nóis apresentá como Índio. Tinha que pô calça comprida, camisa.. O Boldrin num dexô nóis cantá de cocar no programa dele..." (Antônio B. de Alvarenga, o Cacique, entrevistado pela Revista Viola Caipira),


Cacique e Pajé - Dupla sertaneja formada por Antônio Borges de Alvarenga (Monte Aprazível SP 1935—), o Cacique, e Roque Pereira Paiva (Bocete SP 1936—São Paulo SP 1994), o Pajé.

Antônio iniciou carreira em 1968, formando várias duplas, com outros nomes artísticos: Peixoto e Peixinho (João Rodrigues), que gravou pela Centenário um compacto duplo com Violeiro franco (da dupla); Peão Campeiro e Rei do Gado (Antônio), que gravou em 1970 um LP na Califórnia com destaque para Arrependida (Garcia e Zé Matão); João Ferreira e Rei do Gado, que gravou em 1971 na Fermata; João Ferreira e Ferreirinho (Antônio), nome adotado para não confundir com a antiga dupla João Ferreira e Ferreirinha.

Em 1977, já com o parceiro Roque, mas com o nome artístico de Rei do Gado (Antônio) e Boiadeiro (Roque) — e o pseudônimo de Índios Caiapós — gravou pela etiqueta Sonora um LP, cujo destaque foi Rancho quarto de milha

Em 1978, a dupla se oficializou como Cacique e Pajé, gravando o primeiro LP na Chantecler, com Pescador e catireiro (Cacique e Carreirinho). 

Em 1979 lançaram o segundo LP, destacando-se Caçando e pescando (Cacique e Tangará) e Deixa o índio em paz (Cacique e Capitão Furtado) e, no ano seguinte, saiu o terceiro, com destaque para Poemas das cordas (Paulo Gaúcho e Zé Raimundo), todos os três com o nome de Cacique e Pajé. 

Em 1981 lançaram o LP Os índios e a viola, com realce para Mosca branca (Cacique e Jesus Belmiro); em 1982, lançaram o quinto LP, cuja música-título e destaque foi As flores e animais (Paraíso e José Fortuna). 

Em 1983 sairam o sexto e o sétimo LPs: Cadê o gato, salientando-se a música-título, de autoria da dupla, e O sertão, com destaque para Viola no samba (Rei do Mar e Cacique). 

O oitavo LP saiu em 1985, sobressaindo-se a música-título Peão sabido (Cacique e Nhô Véio). No mesmo ano, Pajé adoeceu, e a dupla só voltou a gravar em 1989, na RGE, destacando-se então Inquilina de violeiro (Cacique, João Gonçalves e Thomaz). 

Em 1994, Pajé faleceu em São Paulo. Em 1995, Cachoeira (José Pereira de Sousa), violeiro conceituado, assumiu o lugar de Pajé na gravação de um LP, etiqueta Disco de Ouro, com destaque de Barreto não faz feio (Cacique, Lourival dos Santos e João Macedo). 

CD 

O som da terra, 1994, Continental 450998364-2. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.